Mundo
Trump anuncia novas sanções ao Irã após ataque a petrolíferas sauditas
Donald Trump quer ter certeza da responsabilidade iraniana no ataque, mas já anunciou novas sanções contra Teerã


O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira 18 um endurecimento de suas sanções contra o Irã. A medida é vista como uma resposta aos ataques às instalações petrolíferas sauditas, que Washington atribui a Teerã. “Acabei de ordenar ao secretário do Tesouro que reforce substancialmente as sanções contra o Estado iraniano!”, escreveu o presidente dos Estados Unidos no Twitter.
I have just instructed the Secretary of the Treasury to substantially increase Sanctions on the country of Iran!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 18, 2019
Washington não deu detalhes sobre as novas sanções que pretende impor, mas as medidas se somam às restrições já impostas pelos norte-americanos à Teerã desde 2018, quando Trump se retirou do acordo nuclear firmado entre as autoridades iranianas e a comunidade internacional em 2015. Desde então, chefe da Casa Branca tenta restringir a indústria nuclear iraniana para fins civis por meio de uma campanha de “pressão máxima” de sanções econômicas.
As sanções sufocam a economia do Irã e irritam as autoridades do país. “A política de ‘máxima pressão’ contra a nação iraniana é inútil e a opinião de todas as autoridades da República Islâmica é que não haverá nenhuma negociação com os Estados Unidos, em nenhum nível”, declarou o aiatolá Ali Khamenei, na terça-feira 17.
Irã nega envolvimento no ataque
Apesar de evitar o diálogo direto sobre sua atividade nuclear, em uma mensagem enviada a Washington, o Irã negou que tenha tido qualquer envolvimento nos ataques que reduziram pela metade a produção de petróleo saudita. Embora o ataque tenha sido reivindicado pelos rebeldes huthis, os Estados Unidos estão certos de que o Irã está por trás do ataque.
Riad já afirmou que as armas utilizadas na ofensiva eram iranianas, mas até agora não acusou diretamente Teerã, seu grande rival regional. Já Trump tem se mostrado prudente e, mesmo se a administração americana avisou que não exclui a possibilidade de uma resposta militar, disse que pretende esperar para ter certeza da responsabilidade de Teerã.
O presidente enviou o secretário de Estado, Mike Pompeo, para Jidá, no oeste do reino saudita. O representante de Washington se encontra com o príncipe herdeiro, Mohamed Bin Salman, nesta quarta-feira, para “coordenar os esforços para combater a agressão iraniana na região”, segundo o Departamento de Estado americano.
*Com informações da AFP
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Trump diz que EUA estão prontos para responder a ataque contra Arábia Saudita
Por AFP
Ataque de drones a refinaria saudita abre era das “guerras híbridas”
Por RFI
Para Estados Unidos, ataque contra refinarias sauditas partiu do Irã
Por AFP