Mundo
Tribunal na França responsabiliza menino de 12 anos por ‘apologia ao terrorismo’
Após uma audiência a portas fechadas diante de um juizado de menores, o menino admitiu seu interesse pelo islamismo e declarou ter participado de canais de discussões sobre a vertente radical
Um tribunal francês considerou, nesta quarta-feira (21), um adolescente de 12 anos culpado por “apologia ao terrorismo” por ter assistido a centenas de vídeos jihadistas e compartilhado vários deles.
O menino, que apresenta “vulnerabilidades significativas” desde dezembro de 2023, gravou mais de 1.700 vídeos de propaganda ou de massacres jihadistas e difundia os mesmos através de um serviço de mensagens criptografadas, afirmou o promotor de Montbéliard (leste), Paul-Edouard Lallois.
Após uma audiência a portas fechadas diante de um juizado de menores, o menino admitiu seu interesse pelo islamismo e declarou ter participado de canais de discussões sobre a vertente radical desta religião e que “foi recrutado”.
Para o promotor, as acusações foram formuladas porque o adolescente apresentava “atos de terrorismo de forma favorável e poderia incitar a prática” dos mesmos.
O juiz, no entanto, notou uma alteração nas faculdades mentais do jovem e destacou vulnerabilidades psicológicas que eram “um terreno fértil para a promoção de um fenômeno de radicalização”.
Segundo o promotor, ele apresentava transtornos de desenvolvimento caracterizados por um atraso no linguagem. “Ele relatou dificuldades de adaptação à escola e sua vivência negativa de solidão”, disse Lallois.
A condenação será divulgada em sete meses, mas devido à sua idade, o jovem deverá ser submetido a medidas educativas, evitando a pena de prisão.
Atualmente, ele se encontra em uma instituição educacional.
AFP
Agência de notícias francesa, uma das maiores do mundo. Fundada em 1835, como Agência Havas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
