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Tribunal israelense se recusa a adiar julgamento por corrupção de Netanhayu
Ele e sua esposa, Sara Netanyahu, são acusados de receber presentes de luxo no valor de mais de 260 mil dólares em troca de favores políticos
Um tribunal israelense recusou, nesta sexta-feira 27, a solicitação do primeiro ministro Benjamin Netanyahu de suspender por duas semanas suas audiências no tribunal por corrupção, cuja anulação foi solicitada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O advogado de Netanyahu havia solicitado na quinta-feira o adiamento das audiências, que deviam ser retomadas na próxima semana, citando os “acontecimentos na região e no mundo”, após a guerra com o Irã e a continuação do conflito em Gaza.
“O primeiro ministro é obrigado a dedicar todo o seu tempo e energia para a gestão de assuntos nacionais, diplomáticos e de segurança de extrema importância”, escreveu o advogado Amid Hadad na petição enviada ao tribunal.
Em uma decisão publicada online nesta sexta-feira, o Tribunal Distrital de Jerusalém concluiu que a solicitação “não apresenta, em sua forma atual, uma base ou justificativa detalhada para o adiamento das audiências”.
Após a recusa, o advogado Hadad apresentou rapidamente uma nova solicitação pedindo a anulação das próximas audiências, segundo documentos legais consultados pela AFP.
Nesta nova petição, o advogado anexou a agenda do primeiro-ministro para demonstrar que é “do interesse nacional que o primeiro-ministro dedique todo o seu tempo e energia às questões políticas, nacionais e de segurança atuais”.
Donald Trump já havia pedido na quarta-feira a anulação do julgamento contra Netanyahu, qualificando-o como “caça às bruxas”.
“Este julgamento deveria ser CANCELADO IMEDIATAMENTE”, escreveu Trump na rede social Truth Social, sugerindo que, caso contrário, um “perdão deveria ser concedido a um Grande Herói”, no dia seguinte ao cessar-fogo entre Israel e Irã.
Netanyahu nega qualquer conduta indevida durante o processo, que foi adiado várias vezes desde seu início em maio de 2020.
No primeiro caso, ele e sua esposa, Sara Netanyahu, são acusados de receber presentes de luxo no valor de mais de 260.000 dólares (1,4 milhão de reais na cotação atual), como charutos, joias e champanhe, de vários bilionários em troca de favores políticos.
Em dois outros casos, ele é acusado de ter tentado negociar uma cobertura mais favorável da mídia em dois meios de comunicação israelenses.
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