Mundo
Tribunal eleitoral do Equador inabilita candidato à presidência
Os juízes consideraram que a participação do empresário em atividades relacionadas a contratos públicos infringe as regras eleitorais equatorianas


O Tribunal Contencioso Eleitoral (TCE) do Equador inabilitou no domingo a candidatura presidencial do empresário Jan Topic, por considerar que incorrem em uma “proibição constitucional e legal”.
O tribunal “conclui que a candidatura de Jan Tomislav Topic incorre em uma proibição constitucional e legal, portanto, não pode ser aceita”, afirmou o juiz Ángel Torres ao ler a sentença após uma sessão extraordinária dos magistrados no domingo à noite.
Os juízes consideraram que “sua participação em atividades relacionadas a contratos públicos infringe as regras” eleitorais equatorianas e argumentam que o candidato “não conseguiu desvincular-se de maneira adequada dos contratos com o Estado e continua sendo o beneficiário final das empresas envolvidas”.
Topic, filho de um conhecido empresário do setor de telecomunicações, é um dos 16 candidatos da eleição presidencial equatoriana de fevereiro de 2025, na qual o atual presidente, Daniel Noboa, buscará um segundo mandato.
A sentença do TCE foi anunciada depois que dois partidos políticos apresentaram recursos para inabilitar Topic. As legendas argumentam que uma empresa vinculada ao candidato fornece radares que detectam excessos de velocidade ao município de Manta (oeste), algo que Topic nega.
Topic acusa diretamente o presidente Noboa de estar por trás da sentença.
“Não vamos permitir que uma criança com delírios de imperador nos tire o direito de decidir”, afirmou o candidato.
Após o anúncio da sentença, o partido SUMA, que apoia sua candidatura à presidência, tem prazo de dois dias para anunciar um novo candidato.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.