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Tribunal do Peru confirma condenação de Kenji Fujimori, mas prisão segue suspensa

O ex-congressista é filho do ex-ditador Alberto Fujimori

Kenji Fujimori, o filho mais novo do ex-presidente do Peru Alberto Fujimori. Foto: Cris Bouroncle/AFP
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Um tribunal de apelações do Peru confirmou nesta terça-feira 9 a sentença de quatro anos e meio de prisão por tráfico de influência do ex-congressista Kenji Fujimori, filho do ex-presidente Alberto Fujimori, mas ele seguirá em liberdade com prisão suspensa.

“Sala Penal Permanente da Corte Suprema condenou a quatro anos e seis meses de prisão suspensa #KenjiFujimori, #GuillermoBocángel e #BienvenidoRamírez por considerá-los culpados do crime de tráfico de influência real agravado contra o Estado”, informou o Judiciário no X, antigo Twitter.

Kenji Fujimori, de 43 anos, conseguiu evitar a prisão efetiva porque o tribunal aplicou um novo artigo do código penal, de novembro de 2023, segundo o qual “a execução da pena é suspensa quando não ultrapassa cinco anos”. Até antes dessa data, cumpriam prisão efetiva aqueles com condenações superiores a quatro anos.

O juiz que preside o tribunal, César San Martín, é o mesmo que condenou o ex-presidente Fujimori (1990-2000) a 25 anos de prisão em 2009 por crimes contra a humanidade durante o seu governo. Em dezembro, o patriarca do clã Fujimori foi solto após o Tribunal Constitucional restabelecer um indulto de 2017.

Os condenados devem cumprir várias regras de conduta, como “realizar uma obra social sob a coordenação do Instituto Nacional Penitenciário”, acrescenta a decisão.

A sentença foi lida em uma audiência virtual transmitida pelo canal de televisão do Poder Judiciário, à qual Kenji Fujimori estava conectado.

O advogado do filho mais novo dos Fujimori, Elio Riera, afirmou que apresentará um habeas corpus alegando a inocência de seu cliente.

Kenji Fujimori havia sido condenado em 15 de novembro de 2022 a quatro anos e meio de prisão efetiva pela Corte Suprema, mas a pena ficou adiada até ser confirmada em segunda instância.

A promotoria denunciou os condenados por envolvimento em tráfico de influência com base em um vídeo no qual negociavam apoio ao então presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski em um processo de impeachment no Congresso, em troca de favores políticos.

Kenji é irmão da três vezes candidata presidencial Keiko Fujimori, e sua família dominou a vida política peruana por mais de três décadas. Keiko atualmente enfrenta um processo por suposta corrupção no escândalo da Odebrecht.

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