Mundo
TikTok restabelece o serviço nos EUA e agradece a Trump
O aplicativo ficou fora do ar no país por algumas horas


A popular rede social de compartilhamento de vídeos TikTok restaurou seu serviço nos Estados Unidos no domingo 19, depois de ficar fora do ar por algumas horas devido a uma lei que a baniu por motivos de segurança nacional.
A plataforma, que tem mais de 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, rapidamente foi preenchida com vídeos de pessoas comemorando seu retorno.
A rede social agradeceu ao presidente eleito Donald Trump, que retorna à Casa Branca nesta segunda-feira, por tornar possível reverter a regra votada pelo Congresso em 2024.
Em mensagem publicada no X, o grupo agradeceu a Trump por garantir a “clareza e a segurança necessárias” à sua atividade e garantir aos provedores de Internet e lojas de aplicativos que eles estariam isentos das duras sanções previstas pela legislação, a qual ordena banir o aplicativo caso seus proprietários chineses não vendam a sua filial nos Estados Unidos.
Em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, pediu que Washington ouvisse “a voz da razão”.
A China atribui “grande importância à confidencialidade e segurança de dados”, disse.
“Nunca pedimos, nem pediremos, que empresas ou indivíduos coletem ou forneçam dados localizados em países estrangeiros de uma forma que viole as leis locais”, enfatizou Mao.
Tempo e negócios
Trump anunciou que ao assumir a presidência, nesta segunda-feira, suspenderá a lei controversa e propôs que a plataforma seja controlada em 50% por acionistas americanos.
A empresa matriz chinesa do TikTok, a ByteDance, rejeitou qualquer venda até agora.
“Gostaria que os Estados Unidos tivessem a propriedade de 50% de uma joint venture”, disse o magnata republicano em sua rede Truth Social.
Ele também afirmou que o decreto que será emitido nesta segunda-feira estenderá o prazo de proibição. “Dessa forma podemos chegar a um acordo”, explicou.
Trump disse que sua “ideia inicial” é criar “uma joint venture (sociedade) entre os atuais proprietários” do TikTok “e novos proprietários, por meio da qual os Estados Unidos obteriam 50% da propriedade da empresa conjunta”.
O valor da plataforma poderia então aumentar para “centenas de bilhões de dólares, talvez trilhões”, estimou.
Em um comício antes de sua posse em Washington no domingo, Trump insistiu em apoiar o aplicativo. “Francamente, não temos escolha, temos que salvá-lo”, disse ele, observando que havia “muitos empregos” envolvidos.
“Não queremos dar nossos negócios para a China, não queremos dar nossos negócios para outras pessoas”, disse ele aos apoiadores.
Para o analista do Wedbush, Dan Ives, esta é uma “grande vitória para o TikTok e uma vitória política para Trump”.
“O aplicativo ficaria indisponível e Trump veio ao resgate neste jogo político com enormes interesses em jogo”, disse ele à AFP.
Na sexta-feira, Trump falou por telefone sobre o TikTok com o presidente chinês, Xi Jinping.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.