A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira 24 que deixará o cargo em 7 de junho. A decisão vem depois de uma longa batalha para definir os rumos do Brexit – a saída do Reino Unido da União Europeia.
“Acredito que era correto perseverar, inclusive quando as possibilidades de fracassar pareciam elevadas, mas agora me parece claro que no interesse do país é melhor que um novo primeiro-ministro lidere este esforço”, afirmou em um discurso para a imprensa, visivelmente emocionada.
Agora, o Partido Conservador, do qual May faz parte, deverá escolher um novo líder para ser definitivamente o responsável por concretizar o Brexit.
“Tentei três vezes”, mas “não fui capaz” de fazer o Parlamento aprovar o acordo de saída da União Europeia, afirmou May em uma declaração às câmeras de televisão em frente à sua residência oficial em Londres, o número 10 de Downing Street.
O ex-ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, líder ferrenho do grupo à favor da saída da Grã Bretanha, está entre os favoritos para substituí-la. Ele defende que não haja acordo nenhum com o Parlamento europeu, o que pode gerar consequências para os cidadãos britânicos e para a economia.
Theresa May continuará no cargo para receber o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que realizará uma visita de Estado de 3 a 5 de junho.
Impasse
O acordo de divórcio que ela negociou amargamente com Bruxelas em 2018 foi rejeitado três vezes pelos deputados, forçando o Executivo a adiar o Brexit até 31 de outubro – a data original era 29 de março.
Na terça-feira 21, Theresa May apresentou um plano de “última chance” para tentar recuperar o controle do processo de Brexit.
O plano previa uma série de compromissos, incluindo a possibilidade de votar num segundo referendo e a continuação de uma união aduaneira temporária com a UE, numa tentativa de reunir a maioria dos deputados.
O texto foi alvo de críticas, tanto da parte da oposição trabalhista (contra o Brexit) quanto pelos eurocéticos do seu partido, o que resultou na renúncia de sua ministra das Relações com o Parlamento, Andrea Leadsom, na quarta-feira 22.
*Com AFP
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