Mundo

Tensão escala e Trump ameaça romper contratos de Musk com o governo: ‘Louco’

O bilionário, por sua vez, acusou o presidente de ingratidão: ‘Sem mim, ele teria perdido a eleição’

Tensão escala e Trump ameaça romper contratos de Musk com o governo: ‘Louco’
Tensão escala e Trump ameaça romper contratos de Musk com o governo: ‘Louco’
Elon Musk e Donald Trump. Fotos: Allison Robbert e Saul Loeb/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira 5 cortar bilhões de dólares em contratos e benefícios fiscais para as empresas do bilionário Elon Musk. A disputa entre eles escalou significativamente nos últimos dias.

Trump também chamou Musk de “louco” e disse ter pedido ao empresário que “fosse embora”.

“A forma mais fácil de economizar dinheiro em nosso orçamento, bilhões e bilhões de dólares, é rescindir os subsídios e contratos governamentais de Elon“, publicou o presidente em sua plataforma Truth Social. “Estou muito decepcionado com Elon.”

Musk, por sua vez, usou sua rede X para comentar as críticas do magnata. “Sem mim, Trump teria perdido a eleição, os democratas controlariam a Câmara e os republicanos estariam em 51-49 no Senado”, escreveu. “Que ingratidão.”

Ele ainda criou uma enquete no X perguntando a seus seguidores se deveria haver um “novo partido político” que representasse “os 80% do meio”.

A disputa pública começou quando Musk chamou de “abominação repugnante” o megaprojeto de lei orçamentária que o presidente promove no Congresso.

A proposta inclui a prorrogação de monumentais créditos fiscais do primeiro mandato de Trump (2017-2021), que expiram no fim deste ano. Segundo diversos analistas independentes, a extensão poderia aumentar o déficit do governo federal entre 2 e 4 trilhões de dólares durante a próxima década.

“Este projeto de lei de gastos do Congresso, enorme, escandaloso e eleitoreiro, é uma abominação repugnante”, disparou Musk na última terça-feira 3. “Os que votaram a favor deveriam sentir vergonha: sabem que fizeram errado. Eles sabem.”

O bilionário foi o rosto visível do DOGE, uma comissão de eficiência governamental que empreendeu cortes maciços de ajuda internacional, fechou agências federais e demitiu milhares de funcionários. Ele deixou o governo, porém, dizendo estar decepcionado.

O DOGE disse ter cortado mais de 175 bilhões de dólares em impostos até o início de maio, mas o número é contestado por especialistas. Em geral, há poucos detalhes sobre o montante realmente poupado, já que a metodologia da explicação tem sido vaga.

Ainda assim, esse número representaria um percentual bem abaixo (8,5%) da meta traçada por Trump: a ideia inicial do governo era que o DOGE pudesse cortar 2 trilhões de dólares do orçamento federal. Diante da impossibilidade de executar tamanho reajuste, a Casa Branca passou a ser mais contida no seu objetivo: apenas 150 bilhões de dólares em cortes já estariam de bom tamanho.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo