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Talibãs dizem não ter ‘informação’ sobre presença de Zawahiri no Afeganistão

O assassinato de Zawahiri representa o maior golpe à Al-Qaeda desde que as forças especiais americanas mataram Osama bin Laden em 2011

Ayman al-Zawahiri, em vídeo de 2012. Foto: AFP
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Os talibãs declararam nesta quinta-feira 4 que “não têm informação” sobre a presença no Afeganistão de Ayman Al-Zawahiri, o chefe da Al-Qaeda, que Washington anunciou ter matado com um ataque com drones em Cabul, a capital afegã.

O assassinato de Zawahiri representa o maior golpe à Al-Qaeda desde que as forças especiais americanas mataram Osama bin Laden em 2011.

Sua presença em Cabul coloca em xeque a promessa dos talibãs de não dar abrigo a grupos armados no Afeganistão.

“Os líderes do emirado islâmico do Afeganistão pediram aos serviços de inteligência que realizem uma investigação exaustiva e séria do incidente”, detalha um comunicado do governo talibã, citando pela primeira vez o no0me do líder da Al-Qaeda.

O assassinato de Zawahiri se deu na madrugada de sábado para domingo em um ataque com um drone americano enquanto se encontrava na varanda de sua casa em Cabul.

Foragido há mais de dez anos, Ayman Al-Zawahiri era considerado um dos autores intelectuais dos ataques de 11 de setembro de 2001, que mataram quase 3.000 pessoas nas torres gêmeas do World Trade Center em Nova York e na sede do Pentágono, perto de Washington, nos Estados Unidos.

Na segunda-feira, o presidente americano Joe Biden havia anunciado a morte do líder da rede jihadista.

Uma autoridade do governo americano declarou que o egípcio, de 71 anos, foi visado com dois mísseis Hellfire.

A declaração dos talibãs não confirma a presença no Afeganistão de Zawahiri nem reconhece sua morte.

“Nenhuma ameaça”

“Condenamos energicamente mais uma vez o fato de os Estados Unidos terem invadido nosso território e violado todos os princípios internacionais. SE tal ação se repetir, a responsabilidade de todas as consequências recairá sobre os Estados Unidos da América”, acrescenta o comunicado.

Os talibãs reiteram em sua nota que não “havia nenhuma ameaça” para nenhum país em território afegão.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou na segunda-feira que ao “abrigar e dar refúgio” a Zawahiri, os talibãs “violaram gravemente o acordo de Doha”, que geriu a saída das tropas americanas do Afeganistão.

Como parte do acordo, os talibãs prometeram não permitir que o Afeganistão se convertesse novamente em uma plataforma para o lançamento da jihad internacional. Mas especialistas acreditam que o grupo nunca rompeu seus laços com a Al-Qaeda.

“Justiça foi feita” às famílias das vítimas assassinadas no World Trade Center e na sede do Pentágono, destacou Biden na segunda-feira.

O ataque de domingo foi o primeiro americano de conhecimento público contra um alvo no Afeganistão desde que Washington retirou suas forças do país em 31 de agosto de 2021, poucos dias depois do retorno do Talibã ao poder.

A casa atacada está localizada em Sherpur, um dos bairros mais caros de Cabul, com mansões de altos funcionários e comandantes talibãs.

Zawahiri estava entre os homens mais procurados do mundo.

Os Estados Unidos tinham prometido 25 milhões de dólares de recompensa por informações que permitissem encontrá-lo.

O egípcio assumiu a liderança da rede extremista em 2011, após a morte de Bin Laden, assassinado por um comando americano no Paquistão.

A notícia da morte se dá um mês antes do primeiro aniversário da retirada definitiva das tropas americanas do Afeganistão.

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