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Talibã aprova seu primeiro orçamento no Afeganistão sem ajuda internacional

Desde a chegada dos islâmicos ao poder, os doadores internacionais suspenderam a ajuda em massa que representava 80% do orçamento afegão

Taleban retornou ao Afeganistão depois de duas décadas. Foto: Aamir Qureshi/AFP
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Os talibãs aprovaram o primeiro orçamento desde seu retorno ao poder no Afeganistão em agosto, que não inclui nenhuma ajuda internacional e cobre os três primeiros meses de 2022, informou o ministério das Finanças nesta quinta-feira 13.

“Pela primeira vez em duas décadas, adotamos um orçamento que não depende da ajuda internacional. É um grande sucesso para nós”, declarou à AFP Ahmad Wali Haqmal, porta-voz do ministério.

Desde a chegada dos islâmicos ao poder, os doadores internacionais suspenderam a ajuda em massa que representava 80% do orçamento afegão.

Este orçamento aprovado na terça-feira, no valor de 53,9 bilhões de afeganes (450 milhões de euros, 517 milhões de dólares) é válido apenas para o primeiro trimestre de 2022 e está quase totalmente dedicado aos gastos de funcionamento do governo.

Os talibãs decidiram que o ano fiscal estaria baseado no calendário solar, que começa o ano em 21 de março. O próximo orçamento, que já está sendo preparado segundo Haqmal, será apresentado após essa data.

Quase todo o orçamento (49,2 bilhões de afeganes) está dedicado “aos gastos diários do governo”, como salários, disse o porta-voz.

Todos os funcionários que retomaram o trabalho desde 15 de agosto – dia do retorno dos talibãs ao poder – “receberão seu pagamento”, acrescentou, assim como os combatentes talibãs que se juntaram às forças de segurança.

Com a grave crise de liquidez gerada após a suspensão da ajuda internacional, a maioria dos funcionários não recebia salário há meses.

As mulheres funcionárias, cuja grande maioria não foi autorizada a voltar ao trabalho, também receberão seus salários, afirmou Haqmal. “Não as demitimos”, explicou. “Consideramos que voltaram ao seu trabalho”.

“Todo o dinheiro (do orçamento ) procede de nossos próprios recursos”, acrescentou, referindo-se a “alfândegas, impostos, receitas dos ministérios”, como o de Minas.

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