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Suspeito de matar nove em igreja da comunidade negra nos EUA é preso

Dylann Roof, de 21 anos, é acusado de ter permanecido durante uma hora entre fiéis antes de abrir fogo contra eles

Imagem do suspeito divulgada pela polícia de Charleston
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Dylann Roof, o homem branco de 21 anos suspeito de matar nove pessoas em uma igreja da comunidade negra da cidade americana de Charleston, na noite de quarta-feira 17, foi capturado, informou a imprensa local. Ele foi preso na Carolina do Norte, de acordo com a CNN e duas emissoras de tevê locais.

O suspeito ainda estava foragido na manhã desta quinta-feira 18, apesar da grande operação de busca organizada pela polícia local com apoio de agentes federais. Ele vive na região de Columbia, a capital da Carolina do Sul, sudeste dos Estados Unidos, segundo o FBI, citado pelo jornal. 

Considerado muito perigoso, Roof permaneceu durante quase uma hora entre os fiéis que estudavam a Bíblia na igreja antes de abrir fogo, afirmou o chefe de polícia Gregory Mullen em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira.

A justiça federal abriu uma investigação por “crime de ódio”, anunciou um porta-voz do Departamento de Justiça (DoJ). Ela correrá paralelamente e em cooperação com o trabalho das autoridades locais, uma vez que essa designação permite acionar recursos federais adicionais.

Imagens feitas por câmeras de segurança foram distribuídas pela polícia da Carolina do Sul Imagens feitas por câmeras de segurança foram distribuídas pela polícia da Carolina do Sul

A polícia de Charleston divulgou imagens do atirador, obtidas com câmeras de segurança, em que ele aparece abandonando a igreja em um carro. 

“Havia oito mortos dentro da igreja. Duas pessoas feridas foram levadas (ao hospital) e uma faleceu”, disse o chefe da polícia de Charleston na quarta-feira à noite. “No momento, temos nove vítimas fatais deste crime espantoso”, completou. “Acredito que foi um crime de ódio”, acrescentou Mullen. 

Uma das vítimas fatais foi o pastor da igreja, Clementa Pinckney, também senador estadual da Carolina do Sul. O ataque ocorreu por volta das 21 horas locais (22 horas de Brasília) contra a Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, uma das mais antigas da comunidade negra de Charleston.

O homem abriu fogo durante uma aula de estudos bíblicos, muito frequentes nas igrejas do sul dos Estados Unidos, tanto durante a semana como aos domingos. “Vocês podem imaginar que encontramos um cenário muito caótico quando chegamos”, disse o chefe de polícia.

Duas imagens suas foram divulgadas no Twitter pelas autoridades locais:

 

Tensão racial 

O crime representa um novo golpe para a comunidade afro-americana nos Estados Unidos, que nos últimos meses foi vítima de crimes aparentemente motivados por racismo, em particular homicídios cometidos por policiais brancos contra homens negros desarmados.

Este foi o caso de Ferguson em 2014 e o de Baltimore há algumas semanas, além de vários crimes similares aos cometidos em Charleston que provocaram uma grande tensão racial no país.

Após o tiroteio em Charleston, a governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, fez um apelo aos moradores: “Minha família e eu oramos pelas vítimas e pelos parentes afetados pela tragédia sem sentido desta noite”. “Enquanto ainda ignoramos os detalhes, sabemos que jamais entenderemos o que motiva uma pessoa a entrar em um dos nossos locais de oração e tirar a vida de outros”, completou.

Jeb Bush, pré-candidato republicano à Casa Branca nas eleições de 2016, que deve participar de um comício em Charlotte, na Carolina do Norte, escreveu no Twitter que “nossos pensamentos e orações estão com os indivíduos e famílias afetadas pelos trágicos fatos de Charleston”.

A pré-candidata democrata Hillary Clinton, que participou na quarta-feira de um ato eleitoral na cidade, escreveu no Twitter: “Notícias terríveis de Charleston. Meus pensamentos e minhas orações estão com vocês”. Mike Huckabee, outro republicano que sonha com a candidatura à Casa Branca, também expressou pêsames. 

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