Mundo
Suprema Corte dos EUA derruba proibição de acessório que converte armas em metralhadoras
O pano de fundo do caso é um massacre cometido em Las Vegas em 1º de outubro de 2017, o pior na história moderna do país


A Suprema Corte dos Estados Unidos anulou nesta sexta-feira 14 uma norma federal que proíbe os “bump stocks“, dispositivos que aumentam a cadência de tiro dos fuzis semiautomáticos, transformando-os de fato em metralhadoras.
Por seis votos a favor e três contra (dos juízes progressistas), a corte decidiu que a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF) excedeu sua competência em 2018 ao reclassificar os “bump stocks” como metralhadoras, proibidas por uma lei de 1934, durante a era da Lei Seca.
“Consideramos que um fuzil semiautomático equipado com um bump stock não é uma ‘metralhadora’ porque não pode disparar mais de um tiro com ‘apenas apertar o gatilho'”, escreveu o juiz Clarence Thomas em nome da maioria, baseando-se em uma lei de 1934, adotada muito antes da invenção deste dispositivo.
O pano de fundo deste caso é um massacre cometido em Las Vegas em 1º de outubro de 2017, o pior na história moderna dos Estados Unidos, com um saldo de 58 mortos e mais de 500 feridos.
A maioria dos 22 fuzis do autor deste massacre estava equipada com essas coronhas removíveis que permitiram disparar a uma velocidade de até nove balas por segundo.
Após a tragédia, a ATF reconsiderou sua posição sobre esses dispositivos.
Em fevereiro de 2018, poucos dias após um massacre em uma escola na Flórida (sudeste), no qual 17 pessoas morreram, a administração do então presidente republicano Donald Trump se comprometeu a proibir os “bump stocks“.
Em dezembro daquele mesmo ano, a ATF anunciou que os consideraria como metralhadoras e ordenou que quem possuísse alguns os destruísse ou entregasse às autoridades em um prazo de 90 dias.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.