Mundo
Suprema Corte dos EUA anula decisão que restringe acesso à pílula abortiva
O tribunal, em opinião unânime, afirmou que os grupos antiaborto e os médicos que contestam o medicamento não tinham legitimidade para iniciar o processo
A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou, nesta quinta-feira (13), as restrições impostas por um tribunal de instância inferior ao acesso à mifepristona, uma pílula abortiva amplamente usada no país para interromper a gravidez.
O tribunal, em opinião unânime, afirmou que os grupos antiaborto e os médicos que contestam o medicamento não tinham legitimidade para iniciar o processo. Consequentemente, anularam a decisão do recurso, que de qualquer forma já estava suspensa.
O direito ao aborto é uma das principais questões nas eleições de novembro e o governo do presidente democrata Joe Biden pediu ao tribunal que mantivesse o acesso ao medicamento, aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) em 2000.
“Reconhecemos que muitos cidadãos, incluindo os médicos demandantes aqui, têm preocupações e objeções sinceras aos que usam mifepristona e realizam abortos”, disse o juiz Brett Kavanaugh.
“Mas os cidadãos e os médicos não têm legitimidade para processar simplesmente porque outros estão autorizados a realizar certas atividades”, acrescentou.
Biden, pouco depois da decisão, comentou o caso:
“A decisão de hoje não altera o fato de que a luta pela liberdade reprodutiva continua”, disse Biden, observando que a corte constitucional já anulou uma garantia nacional ao acesso ao aborto.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Como Lira manobrou a votação-relâmpago sobre projeto para dificultar o aborto legal
Por CartaCapital
Lira faz votação-relâmpago e Câmara aprova urgência para projeto que equipara aborto a homicídio
Por CartaCapital
Kassio interrompe julgamento sobre norma do CFM que dificulta aborto legal em casos de estupro
Por CartaCapital



