Mundo
Supertufão Ragasa atinge a China continental após deixar 15 mortos em Taiwan
O fenômeno também causou ao menos 8 mortes nas Filipinas


O supertufão Ragasa tocou o solo nesta quarta-feira 24 no sul da China continental, depois de atingir Hong Kong com fortes ventos e chuvas torrenciais e provocar pelo menos 15 mortes em Taiwan.
Segundo a imprensa estatal chinesa, o Ragasa atingiu a cidade de Yangjiang, na província de Guangdong, depois de se afastar lentamente de Hong Kong, onde o serviço meteorológico da cidade semiautônoma retirou o nível máximo de alerta.
Em Hong Kong, o fenômeno provocou uma “importante maré ciclônica” e a queda de dezenas de árvores, além de inundações em vários bairros, segundo as autoridades e imagens divulgadas na internet.
A região chinesa de Macau, conhecida por seus cassinos, também sofreu inundações generalizadas e suspendeu o fornecimento de energia elétrica em algumas áreas.
Em Taiwan, pelo menos 15 pessoas morreram e 18 ficaram feridas quando a barreira de proteção de um lago se rompeu no condado de Hualien (leste), segundo as autoridades regionais.
Os bombeiros anunciaram em um primeiro momento um balanço de 152 desaparecidos, mas reduziram o número para 17 depois que conseguiram entrar em contato com mais de 100 pessoas.
O supertufão também provocou as mortes de pelo menos oito pessoas no norte das Filipinas no início da semana, segundo um balanço atualizado.
Diante da chegada iminente do supertufão, as autoridades da China continental haviam ordenado o fechamento de estabelecimentos comerciais e das escolas em pelo menos 10 cidades no sul do país, medida que afetou dezenas de milhões de pessoas.
Inundações
Ragasa atingiu Hong Kong durante a madrugada de quarta-feira, com chuvas torrenciais. Sessenta e duas pessoas precisaram ser atendidas em hospitais públicos por lesões relacionadas à passagem do tufão.
Segundo a polícia, uma criança de cinco anos e sua mãe caíram ao mar na tarde de terça-feira, quando observavam as ondas no distrito de Chai Wan. As duas vítimas foram hospitalizadas em estado crítico.
O pai da criança, de 40 anos, que segundo relatos pulou no mar para salvar sua família, também foi hospitalizado.
Vários distritos de Hong Kong também sofreram inundações. No hotel Fullerton Ocean Park, ao lado de um parque temático, um vídeo mostra o momento em que um homem perde o equilíbrio com o avanço da água pela entrada do estabelecimento.
As águas também inundaram a localidade costeira de Heng Fa Chuen, segundo outro vídeo.
Os ventos arrancaram a parte superior de uma passarela para pedestres, enquanto muitos dos famosos arranha-céus do centro financeiro balançavam com o vento.
Um bombeiro, que se identificou apenas com o sobrenome Tse, disse à AFP que estava “um pouco preocupado” com a segurança dos tradicionais andaimes de bambu usados nas construções na cidade, depois de um turno de 11 horas “sem descanso”.
As autoridades informaram que mais de 810 pessoas buscaram refúgio em 50 abrigos temporários.
A empresa que administra o aeroporto de Hong Kong afirmou que apenas “um número limitado de voos de carga” estava programado para esta quarta-feira.
Os cientistas alertam que as tempestades se tornam mais intensas com o aquecimento do planeta devido aos efeitos das mudanças climáticas provocadas pelo ser humano.
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