Mundo

Sudão: Ataque da força aérea mata dezenas de civis em Cartum; ONU teme guerra civil

Desde o início do conflito, quase 3 milhões de sudaneses foram forçados a deixarem suas casas

Sudão: Ataque da força aérea mata dezenas de civis em Cartum; ONU teme guerra civil
Sudão: Ataque da força aérea mata dezenas de civis em Cartum; ONU teme guerra civil
Foto: AFP
Apoie Siga-nos no

A ONU estimou neste domingo 9 que o Sudão está “à beira de uma guerra civil potencialmente desestabilizadora para toda a região”, um dia após a morte de dezenas de civis em um ataque da força aérea a um bairro residencial da capital Cartum.

Em um vídeo postado pelo Ministério da Saúde sudanês, os corpos jazem no chão, alguns com membros esquartejados saindo de lençóis jogados às pressas para cobri-los. Diversas vítimas são mulheres.

O bombardeio, ocorrido no sábado 8 no distrito de Dar al-Salam em Omdurman, subúrbio a noroeste da capital Cartum, deixou 22 civis mortos e um grande número de feridos, ainda de acordo o Ministério da Saúde.

Já as Forças de Apoio Rápido (FSR), paramilitares em guerra contra o exército desde 15 de abril, denunciaram “a trágica perda de mais de 30 vidas e muitos feridos”.

Em quase três meses de guerra entre o FSR do general Mohamed Hamdane Daglo e as tropas regulares, lideradas pelo general Abdel Fattah al-Burhane, cerca de 3 mil mortes foram registradas, um número considerado muito subestimado.

Desde o início do conflito, quase 3 milhões de sudaneses foram forçados a deixarem suas casas. Mais de 600 mil partiram para o exterior, principalmente para o Egito, no norte, e para o Chade, no oeste.

“Falta de respeito pelo direito humanitário”

Farhan Haq, um dos porta-vozes do secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou “uma total falta de respeito pelo direito humanitário e pelos direitos humanos”, particularmente em Darfur, região martirizada nos anos 2000, agora novamente no centro dos combates.

Nesta vasta região do oeste do Sudão, onde combatentes tribais e civis armados se juntaram aos dois lados em guerra, a luta assumiu uma “dimensão étnica”, informa a ONU, enquanto os moradores relatam “execuções” com base na origem étnica.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo