Mundo
Socorristas de Gaza dizem que 16 pessoas morreram nas operações israelenses
Dezenas de palestinos morreram tentando chegar aos pontos de distribuição administrados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF)
A Defesa Civil de Gaza informou que 16 pessoas morreram neste domingo 15 em operações militares israelenses no território palestino, a maioria delas enquanto aguardava ajuda humanitária.
As equipes da agência de emergência transportaram os corpos de 16 pessoas mortas por tiros israelenses em diferentes áreas do território palestino, informou o porta-voz Mahmoud Basal à AFP.
Ao menos três pessoas morreram e muitas ficaram feridas quando as forças israelenses “atacaram uma multidão de centenas de cidadãos perto de um ponto de distribuição de ajuda” no centro de Gaza na manhã deste domingo, disse Basal.
As equipes da agência transportaram sete pessoas que morreram enquanto se dirigiam para coletar ajuda distribuída em caminhões em uma área a noroeste da Cidade de Gaza, acrescentou.
No sul de Gaza, duas pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas “quando as forças (israelenses) abriram fogo contra cidadãos perto de um ponto de distribuição de ajuda”, continuou.
O Exército israelense, contactado pela AFP, declarou que “desconhecia qualquer disparo perto de Netzarim ou Rafah” e estava investigando os eventos no norte de Gaza.
As restrições impostas por Israel à imprensa em Gaza e o difícil acesso no local impedem a AFP de verificar de forma independente os números de vítimas fornecidos pela agência de Defesa Civil.
De acordo com a agência, dezenas de palestinos morreram tentando chegar aos pontos de distribuição administrados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos Estados Unidos e por Israel, desde que começou a operar no final de maio.
A GHF, uma organização privada com financiamento pouco transparente, iniciou suas operações em 26 de maio, após Israel suspender o fornecimento de ajuda a Gaza por mais de dois meses, o que provocou condenação internacional e alertas de fome iminente.
Basal alertou que a situação humanitária em Gaza continua a piorar, “sem comida, água ou remédios”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



