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Sob alta segurança, Zelensky se reúne em Roma com a premiê da Itália e o Papa Francisco
Ao que tudo indica, depois da Itália o presidente ucraniano visitará Berlim, na Alemanha
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou neste sábado 13 a Roma, onde se reúne com o presidente italiano, Sergio Matarella, e a primeira-ministra Giorgia Meloni. No Twitter, o líder anunciou que também encontrará o Papa Francisco.
Por razões de segurança, nenhum detalhe do programa da viagem de Zelensky a Roma foi revelado antecipadamente. Foi o próprio presidente ucraniano quem confirmou o encontro com Matarella, Meloni e o Papa, nesta manhã, no Twitter. “Uma importante visita para uma vitória da Ucrânia se aproxima”, publicou.
O encontro com o presidente e a premiê da Itália deverá se concentrar na questão do apoio militar de Roma a Kiev. Já a reunião com o Papa Francisco deve focar nas discussões sobre uma possível missão de paz liderada pelo sumo pontífice, conforme admitiu recentemente o argentino durante sua visita à Hungria.
O Vaticano também pretende convencer a Rússia a repatriar as crianças ucranianas sequestradas nos territórios ocupados. No mês passado, o religioso se reuniu com o primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal, que o convidou a visitar a Ucrânia e pediu ajuda para tratar sobre a questão dos menores deportados à Rússia.
A última vez que Francisco e Zelensky se encontraram foi em fevereiro de 2020. O sumo pontífice faz frequentes apelos de paz à Ucrânia e reza pelo povo ucraniano a cada missa dominical no Vaticano. Neste sábado, ele lembrou novamente que a guerra “causa sofrimento e mortes”.
Roma sob alta segurança
Desde cedo, viaturas policiais patrulhavam as ruas de Roma. Atiradores de elite também foram posicionados em locais estratégicos da capital italiana e drones foram proibidos de sobrevoar o território local.
“A Itália deseja boas-vindas ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Renovamos nosso engajamento ao lado do povo ucraniano, em defesa da liberdade da democracia”, tuitou o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani.
A primeira-ministra visitou Kiev em fevereiro para confirmar o apoio da Itália à Ucrânia, apesar de o país manter estreitos laços com a Rússia até antes da invasão do território ucraniano, em 2022. “Quero reiterar o total apoio da Itália à Ucrânia diante da agressão russa”, disse Meloni à época, em uma coletiva de imprensa ao lado de Zelensky.
Visita à Alemanha
Ao que tudo indica, depois de Roma Zelensky visitará Berlim, onde se reunirá com dirigentes alemães. Até o momento, o governo do país não confirmou a informação, que vazou na imprensa local.
Nesta manhã, Berlim anunciou um novo plano de ajuda militar à Ucrânia, de 2,7 bilhões de euros, incluindo a entrega de equipamentos de guerra. Em comunicado, o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, declarou que a decisão foi tomada para que a guerra termine rapidamente. Segundo ele, a Alemanha apoiará a Ucrânia pelo tempo que for necessário.
A previsão é que Berlim envie 30 tanques Leopard-1 A5, 20 novos veículos blindados Marder e uma centena de outros menores, 200 drones, quatro novos sistemas aéreos de defesa Iris-T, bem como mísseis de defesa, 18 canhões Howitzer e munições.
Segundo o conselheiro da presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak, essa ajuda mostra “que a Rússia está condenada a perder”. No Twitter, ele comemorou o apoio dos aliados ocidentais a Kiev, após 15 meses de guerra.
Países europeus e os Estados Unidos multiplicaram nos últimos dias anúncios de ajuda militar à Ucrânia, provocando a ira de Moscou. Na sexta-feira 12, a Rússia condenou a decisão do Reino Unido de fornecer mísseis de longa distância a Kiev, acusando Londres de buscar um “sério agravamento” do conflito.
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