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Situação humanitária em Gaza continua ‘catastrófica’, afirmam dez países
Com a chegada do inverno, a população civil de Gaza enfrenta condições terríveis, com fortes chuvas e queda de temperaturas
Os ministros das Relações Exteriores de dez países expressaram, nesta terça-feira 30, sua “grave preocupação” com a “nova deterioração da situação humanitária” na Faixa de Gaza, classificando-a como “catastrófica”.
“Com a chegada do inverno, a população civil de Gaza enfrenta condições terríveis, com fortes chuvas e queda de temperaturas”, afirmaram os ministros das Relações Exteriores de Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Islândia, Japão, Noruega, Suécia, Suíça e Reino Unido em uma declaração conjunta divulgada pelo ministério britânico.
Os ministros acrescentaram que “1,3 milhão de pessoas ainda precisam urgentemente de ajuda para encontrar abrigo” e que “mais da metade das instalações de saúde estão operando apenas parcialmente e enfrentam escassez de equipamentos e suprimentos médicos essenciais”.
“O colapso total da infraestrutura de saúde deixou 740 mil pessoas vulneráveis a inundações tóxicas”, detalha o comunicado.
Os ministros expressaram satisfação com os avanços alcançados para pôr fim ao derramamento de sangue em Gaza e garantir a libertação dos reféns israelenses.
“No entanto, não perderemos de vista a difícil situação dos civis em Gaza”, observaram, instando o governo israelense a tomar medidas “urgentes e essenciais”.
A declaração conjunta também apela ao governo israelense para que “assegure que as ONGs internacionais possam operar em Gaza de forma sustentável e dentro de um marco previsível”.
Israel implementou procedimentos draconianos de registro para ONGs. Há grande incerteza em torno dessas organizações, que devem saber seu destino até o final do ano.
“Com a aproximação de 31 de dezembro, muitas ONGs internacionais consolidadas que são parceiras correm o risco de terem seus registros cancelados devido às novas exigências restritivas do governo israelense”, afirma o comunicado.
Eles também pediram que a ONU e seus parceiros possam continuar seu trabalho em Gaza e a suspensão das “restrições irrazoáveis às importações consideradas de uso duplo”, incluindo equipamentos médicos e de abrigo.
Os ministros das Relações Exteriores também pediram a abertura das passagens de fronteira para aumentar o fluxo de ajuda humanitária.
Embora tenham saudado a abertura parcial da passagem de Allenby, observaram que outros corredores para o transporte de mercadorias permanecem fechados ou com severas restrições para a ajuda humanitária, incluindo Rafah.
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