Sequestro de policiais e veículos em chamas: o dia seguinte ao estado de exceção no Equador

O presidente Daniel Noboa impôs a medida depois que o líder do principal grupo criminoso do país figiu da prisão

Militares em frente a prisão de Guayaquil, no Equador, em 14 de abril de 2023. Foto: Str/AFP

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O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou estado de exceção no país na última segunda-feira, dia 8. Desde então, diversos episódios violentos foram reportados no Equador. O mais grave, conforme relatado pelas autoridades locais, é o sequestro de quatro policiais.

Três agentes foram sequestrados em serviço na cidade de Machala, que fica na costa localizada no sudoeste do país. Um outro policial foi sequestrado na capital, Quito. Segundo informações da polícia, o sequestro do último policial foi feito por pessoas que dirigiam um carro sem placa.

Nesta terça-feira 9, um porta-voz da autoridade policial do Equador confirmou que “houve várias ações criminosas em nível nacional”, que vêm exigindo a mobilização das unidades de polícia. 

Segundo a imprensa equatoriana, o sequestro do policial na capital aconteceu na unidade LLano 1, no setor conhecido como Calderón. Apesar das unidades especiais terem sido mobilizadas para identificarem os responsáveis pelo sequestro, a polícia não confirmou se os indivíduos foram presos.

Esse não foi, porém, o único registro de violência em Quito após o decreto presidencial. Na região de San Luis de Chillogallo, um veículo foi incinerado. O incidente não deixou vítimas. 

O sequestro em Machala, por sua vez, teria sido promovido por cerca de oito pessoas, segundo as autoridades locais. O primeiro alerta sobre o sequestro foi dado às 19h30 (hora local) de ontem, depois que os sequestradores invadiram uma unidade da Polícia Comunitária e sequestraram os policiais.


Incêndios a veículos também foram registrados em Guayaquil, Loja, Cuenca e Esmeraldas. 

Fuga de chefe de quadrilha levou a estado de exceção

Noboa, que assumiu a presidência do Equador após uma das eleições mais violentas da história recente, decretou estado de exceção após Adolfo Macías, conhecido como Fito, fugir da prisão.

Líder do principal grupo criminoso do país – conhecido como Los Choneros -, Fito estava preso desde 2011 na prisão Regional. Ele foi condenado a 34 anos de prisão por crime organizado, narcotráfico e homicídio. 

O grupo comandado por ele conta com a colaboração de cerca de 8 mil pessoas, segundo informações da AFP, e não restringe suas atividades ao Equador: o grupo disputa as rotas de tráfico de drogas com grupos criminosos com ligações com cartéis do México e da Colômbia.

A medida de Noboa, que valerá por 60 dias, também incide sobre o sistema prisional. Pela ordem presidencial, as Forças Armadas poderão intervir nas prisões equatorianas. Além disso, um toque de recolher passa a valer em todo o território nacional, entre 23h e 05h (hora local).

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