Mundo

Senado dos EUA confirma indicação de Marco Rubio como Secretário de Estado

Filho de imigrantes cubanos e crítico habitual da China, indicado do presidente Donald Trump foi aprovado por unanimidade e vai chefiar a diplomacia norte-americana

Senado dos EUA confirma indicação de Marco Rubio como Secretário de Estado
Senado dos EUA confirma indicação de Marco Rubio como Secretário de Estado
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP via Getty Images
Apoie Siga-nos no

O Congresso dos Estados Unidos confirmou o nome de Marco Rubio como novo Secretário de Estado. O republicano, um ex-crítico do presidente Donald Trump com longa trajetória no legislativo norte-americano, foi aprovado por unanimidade na última segunda-feira 20.

Rubio recebeu 99 votos no Senado dos EUA, e só não fechou os 100 votos totais porque não pôde contar com o próprio voto, já que teve que se ausentar da votação. O placar mostra que os mais de dez anos dele como congressista serviram para a construção de uma boa relação com os colegas de Legislativo. O apoio ao novo Secretário de Estado foi indiscutível, também, entre os democratas.

É a primeira vez em mais de uma década que um nome indicado para o cargo é recebido de forma unânime pelo Senado. A última havia acontecido em 2001, quando Colin Powell, indicado pelo republicano George W. Bush, foi escolhido pelos congressistas.

Linha-dura contra inimigos

O cargo de Secretário de Estado é o mais alto posto da diplomacia norte-americana. É por meio dele que o seu mandatário expressa a posição dos Estados Unidos com os demais países, tanto aliados como inimigos.

Marco Rubio, aliás, já mostrou a que veio: ele não esconde a linha de atuação francamente contrária à China e aos governos de países como Cuba e Venezuela. Filho de imigrantes cubanos e ex-senador pela Flórida, Rubio já disse, recentemente, que o novo governo deve priorizar o que chamou de “ordem mundial liberal” liderada pelos EUA, acusando a China de alcançar o status de “superpotência global” às custas do país norte-americano.

“A ordem global do pós-guerra não está apenas obsoleta, mas, agora, é uma arma que está sendo usada contra nós”, disse. “Recebemos o Partido Comunista Chinês nessa ordem global. E eles aproveitaram todos os seus benefícios. Mas ignoraram todas as suas obrigações e responsabilidades. Eles mentiram, trapacearam, hackearam e roubaram para alcançar o status de superpotência global, às nossas custas”, afirmou o agora Secretário de Estado, sem apresentar provas das acusações.

A diplomacia chinesa foi amena ao comentar o futuro da relação entre Pequim e Washington, dizendo, já na última terça-feira 21, que acredita que “é necessário que autoridades de alto escalão de ambos os países mantenham contato de forma apropriada”, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun. 

Rubio, porém, insiste na ideia de que a China seria o “adversário mais perigoso da história” dos EUA, conforme disse na sabatina no Senado, e deverá ser uma peça importante na guerra comercial entre os dois países.

A escolha de Rubio se adequa às ideias que o próprio Trump tem para a guerra no leste europeu. O novo presidente dos EUA já disse que pretende tomar soluções rápidas para o conflito, algo tratado pelo novo Secretário de Estado na Sabatina, ao dizer que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez [em referência à invasão à Ucrânia] “é inaceitável”.

Entretanto, como a “guerra precisa acabar”, segundo Rubio, “terão que ser feitas concessões pela Federação Russa, mas também pelos ucranianos e pelos Estados Unidos”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo