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Sem vacina: Tenista Novak Djokovic é barrado na Austrália após desembarcar

O atleta manifestou sua oposição à vacina contra o coronavírus em abril de 2020, quando foi levantado que poderia ser obrigatória

Créditos: Paul CROCK / AFP Créditos: Paul CROCK / AFP
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O número 1 do tênis mundial Novak Djokovic, que na terça-feira anunciou que havia recebido uma autorização médica para disputar o Aberto da Austrália, foi barrado no aeroporto de Melbourne nesta quarta-feira devido a um problema de visto.

Segundo a imprensa australiana, o nove vezes campeão do Australian Open, que pegou o avião para Melbourne na terça-feira, não teria preenchido o formulário correto para o tipo de visto solicitado.

O serviço federal de alfândega contactou o governo do estado da Victoria, onde Melbourne está localizada, quando descobriu que a equipe de Djokovic havia solicitado “o tipo errado de visto”, informou o The Age.

Djokovic estava tentando entrar no país com um visto de trabalho que “precisa de autorização do governo da Victoria”, segundo o jornal The Australian.

Jaala Pulford, ministra de estado de Victoria, disse em um tuíte nesta quarta-feira que seu estado se recusou a apoiar esse pedido.

De acordo com The Age, apesar da rejeição, Djokovic deveria provavelmente ter recebido a permissão para entrar em Melbourne. Esse problema de visto atrasaria os procedimentos, mas não impediria seu acesso à Austrália.

O astro sérvio anunciou na terça-feira que estava viajando para Melbourne após obter uma “exceção médica”, que terminou com a novela sobre se ele poderia participar ou não do torneio.

Todos os participantes do Aberto da Austrália, que começa em 17 de janeiro, precisam estar vacinados contra a Covid-19 ou ter uma isenção concedida por dois comitês de especialistas independentes.

No passado, o sérvio relutou em ser vacinado e se recusou repetidamente a confirmar se foi vacinado.

Em entrevista ao canal australiano Channel Nine, o chefe do torneio, Craig Tiley, garantiu que 26 pessoas dos quase 3.000 jogadores e técnicos que viajaram para a Austrália para a competição haviam solicitado a isenção, mas apenas alguns conseguiram.

“Qualquer pessoa que reunisse as condições foi autorizada a vir. Não houve favores especiais. Não há oportunidade especial para Novak”, disse Tiley.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, declarou, por sua vez, antes da chegada do tenista sérvio a Melbourne, que se os motivos para a isenção de Djokovic fossem “insuficientes”, o número 1 do mundo estaria “no próximo avião de volta” para sua casa.

Tiley também pediu ao tenista que revelasse o motivo de sua exceção médica. “Seria muito útil se Novak explicasse as condições para as quais ele solicitou e obteve uma isenção médica”, disse ele.

“Convido você a falar sobre isso à comunidade (…) Passamos por um período muito difícil nos últimos dois anos e gostaria de receber alguma resposta sobre isso”, acrescentou.

Uma das condições que permitiu a entrada sem vacinação é que o requerente teve Covid-19 nos últimos seis meses. Não está claro se esse é o caso de Djokovic.

‘Péssima mensagem’

A decisão gerou indignação na Austrália, cujos residentes foram submetidos a restrições significativas, confinamentos e fechamentos de fronteira durante a maior parte dos últimos dois anos.

Também gerou surpresa em alguns tenistas, como o jogador de duplas britânico Jamie Murray, que está disputando a ATP Cup em Sydney. “Acho que se eu não estivesse vacinado não receberia a exceção”, protestou.

O médico Stephen Parnis, ex-vice-presidente da Associação Médica Australiana, disse que a decisão envia uma mensagem negativa às pessoas que lutam contra a disseminação da Covid-19.

“Não me importa o quão bom jogador de tênis ele seja. Se ele se recusar a ser vacinado, ele não deve ser autorizado a entrar”, disse Parnis no Twitter.

Djokovic manifestou sua oposição à vacina contra o coronavírus em abril de 2020, quando foi levantado que poderia ser obrigatória para a retomada dos torneios.

“Pessoalmente, não sou pró-vacina”, declarou Djokovic na época. “Não quero que alguém me obrigue a ser vacinado para poder viajar”.

O aborrecimento se mostrou palpável nas ruas de Melbourne. Ron Wilson, um residente, disse à AFP que “me parece repugnante (…) Não deveria ser uma decisão de última hora deixá-lo entrar.”

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