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Seis policiais brancos admitem tortura a dois homens negros nos EUA

Três deles já tinham se declarado culpados em outro caso de violência policial em dezembro

Foto: Stefani Reynolds / AFP
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Seis policiais brancos do Mississippi admitiram ter torturado durante duas horas dois cidadãos negros com um vibrador, pistolas paralisantes e uma espada, chegando inclusive a disparar dentro da boca de um deles, anunciou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta quinta-feira (3).

Este caso é um “exemplo horrível e impactante de má conduta policial, que não tem cabimento em nossa sociedade”, declarou aos jornalistas Kristen Clarke, representante do departamento, que denunciou os atos “motivados por preconceito e ódio racial”. Os seis agentes estão sendo processados e foram afastados do serviço.

Em janeiro, os policiais entraram “sem mandado ou justificativa” em uma casa em Braxton, pequena localidade do Mississippi, para torturar os dois homens negros, segundo um comunicado oficial.

Os policiais os algemaram e os submeteram a uma sessão de tortura com “insultos racistas”, disse Clarke.

Segundo a acusação, os agentes agrediram sexualmente as duas vítimas com um vibrador e efetuaram nelas 17 disparos com arma de choque.

Também humilharam os dois obrigando-os a beber álcool, óleo de cozinha, leite e outros líquidos. Segundo Clarke, uma das vítimas foi agredida com “uma espada de metal, um pedaço de madeira e um utensílio de cozinha”.

A sessão de tortura, que durou cerca de duas horas, terminou quando um dos agentes colocou sua arma de serviço na boca de uma das vítimas. Para assustá-lo, apertou o gatilho uma primeira vez após retirar uma bala do carregador.

Contudo, na segunda tentativa de efetuar um tiro seco, a arma acabou disparando e a bala atravessou o pescoço da vítima.

Em seguida, os policiais deixaram os homens em uma poça de sangue durante vários minutos, enquanto colaboravam entre si para tentar ocultar o incidente.

Os agentes também plantaram uma pistola de ar comprimido em uma das vítimas e metanfetamina no local dos fatos para encenar um motivo para uma intervenção.

Posteriormente, apresentaram relatórios falsos e mentiram repetidamente aos investigadores.

Três deles já tinham se declarado culpados em outro caso de violência policial em dezembro.

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