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Seis candidatos disputam sucessão de Boris Johnson após primeira rodada de votação

Sunak, que renunciou ao cargo na semana passada, provocando uma onda de demissões que encerrou o mandato de Johnson, lidera a disputa com 88 votos

O ex primeiro-ministro da Inglaterra, Boris Johnson. Foto: Tolga AKMEN/AFP
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O número de candidatos na disputa para suceder o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi reduzido para seis nesta quarta-feira 13, após a primeira rodada de votações dos conservadores no poder, que colocou o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak em vantagem.

Sunak, que renunciou ao cargo na semana passada, provocando uma onda de demissões que encerrou o mandato de Johnson, lidera a disputa com 88 votos.

É seguido pela secretária de Estado para o Comércio Exterior, Penny Mordaunt, com 67 votos e a ministra de Relações Exteriores, Liz Truss, que obteve 50 sufrágios.

Os resultados foram anunciados por Graham Brady, responsável pelo comitê que organiza a votação.

A ex-ministra britânica da Igualdade Kemi Badenoch recebeu 40 votos; o deputado Tom Tugendhat, 37, e a Procuradora-Geral do Estado, Suella Braverman, 32.

Tanto o ex-ministro da Saúde Jeremy Hunt, quanto o novo ministro das Finanças, Nadhim Zahawi, foram eliminados da disputa por não conseguirem atingir os 30 votos necessários para avançar.

A próxima rorada de votação ocorrerá nesta quinta-feira. O objetivo para as próximas semanas é que restem apenas dois candidatos.

De acordo com o cronograma do Partido Conservador, o sucessor de Johnson será anunciado em 5 de setembro em meio à tentativa do partido de reconstruir o apoio popular afetado por uma série de escândalos.

No entanto, Johnson sugeriu que o novo líder poderia ser eleito por “aclamação” antes da próxima semana, se os dois últimos candidatos chegarem a um acordo entre si.

Os favoritos na disputa para se tornar primeiro-ministro já descartaram essa opção.

“Cabeça erguida”

Johnson anunciou sua renúncia na quinta-feira passada após um motim em seu gabinete com uma onda de renúncias.

Toda a saga foi o fim da espetacular carreira política de Johnson, que terminou caindo em desgraça depois que chegou ao poder com uma vitória eleitoral esmagadora em dezembro de 2019 e concretizou a saída do Reino Unido da União Europeia um mês depois, antes do começo da pandemia de Covid-19.

Embora Johnson tenha afirmado que não vai intervir, seus quadros mais leais atacaram Sunak, reforçando a candidatura da secretária das Relações Exteriores de extrema-direita Liz Truss.

Na quarta-feira, durante sua penúltima sessão de perguntas no Parlamento como primeiro-ministro, Johnson disse que sairia “em breve com a cabeça erguida” e elogiou os “oito candidatos maravilhosos”.

Enquanto isso, Johnson participará de uma das últimas sessões de perguntas como primeiro-ministro no Parlamento antes que seu sucessor seja anunciado em 5 de setembro, depois de uma manobra controversa para bloquear uma tentativa da oposição de forçá-lo a sair do poder antes dessa data.

O líder trabalhista Keir Starmer disse que Johnson está “totalmente perdido com este fim amargo”, mas pode se contentar com o fato de que não precisa mais seguir as regras, em referência ao escândalo do “Partygate” pelas festas no confinamento e outras controvérsias durante seu governo.

Campanha acirrada

A batalha é marcada por brigas internas entre os candidatos, que levaram Hunt a fazer um alerta aos rivais que permanecem na disputa: “difamações e ataques podem trazer benefícios táticos no curto prazo, mas sempre saem pela culatra a longo prazo”.

Em um exemplo das trocas amargas entre os candidatos, o secretário de Transportes, Grant Shapps, que desistiu da corrida para apoiar Sunak, refutou as acusações de que o ex-ministro das Finanças foi um “socialista” durante seu governo por causa dos pacotes de estímulo que aprovou durante a pandemia.

Desde então, Sunak tem insistido na necessidade de voltar ao equilíbrio fiscal, em contraste com os cortes de impostos prometidos por muitos de seus rivais, o que tem causado preocupação no Banco Central.

Em seu primeiro discurso de campanha nesta quarta-feira, Mordaunt utilizou a retórica patriótica em um vídeo de propaganda, que foi retirado do ar porque apareciam pessoas que não deram sua autorização.

Esta reservista da Marinha de 49 anos afirmou que se inspirou para dedicar sua vida ao serviço público quando, aos nove anos, viu um grupo de combatentes saindo de sua cidade natal, Portsmouth, para lutar na Guerra das Malvinas contra a Argentina.

“Acredito que nós, conservadores, perdemos a noção de quem somos”, disse.

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