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Rússia prende mais três suspeitos do ataque em Moscou
Segundo as autoridades de segurança do país, dois dos suspeitos “transferiram dinheiro para a compra de armas de fogo e veículos utilizados no ato terrorista” e o terceiro “financiou” os agressores


As autoridades russas prenderam outros três suspeitos, procedentes da Ásia Central, em relação com o ataque ocorrido há duas semanas em uma casa de shows perto de Moscou, anunciaram os serviços de segurança russos (FSB) nesta quinta-feira (4).
“O FSB prendeu em Moscou, Ecaterimburgo [centro] e em Omsk [Sibéria] um cidadão russo e dois cidadãos estrangeiros – todos originários da Ásia Central –, envolvidos no ato terrorista cometido em 22 de março de 2024 na Crocus City Hall”, declarou o FSB em um comunicado, citado por agências de notícias russas.
Segundo o FSB, dois suspeitos “transferiram dinheiro para a compra de armas de fogo e veículos utilizados no ato terrorista” e o terceiro “financiou” os agressores.
O FSB divulgou um vídeo da prisão.
Em 22 de março, vários homens abriram fogo contra a Crocus City Hall, uma casa de shows perto da capital russa, e depois incendiaram o local. O ataque deixou 144 mortos e é o pior cometido no país nos últimos 20 anos.
Mais de dez pessoas foram presas após este massacre, incluindo os quatro supostos agressores, que eram procedentes do Tadjiquistão, uma ex-república soviética na Ásia Central.
O ataque foi reivindicado pela organização jihadista Estado Islâmico (EI), embora as autoridades russas afirmem que a Ucrânia também esteve envolvida, algo que Kiev nega energicamente.
Nesta quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que os “fundamentalistas islamistas” não tinham motivos para atacar a Rússia, apesar das múltiplas ameaças feitas pelo grupo EI.
“Temos todas as razões para acreditar que o principal objetivo dos autores intelectuais do sangrento e horrível ataque terrorista perpetrado em Moscou era precisamente atacar a nossa unidade”, disse Putin durante uma reunião com sindicatos.
No entanto, os grupos jihadistas consideram a Rússia um alvo legítimo, uma vez que o país combate o EI na Síria e na região do Sahel e também tem lutado contra grupos islamistas e separatistas na Chechênia, uma região muçulmana do Cáucaso russo, no sudoeste.
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