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Rússia pede reunião do Conselho de Segurança da ONU após ataque ucraniano

Exército de Zelenksy matou pelo menos 14 pessoas e deixou centena de feridos em um ataque a Belgorod; na sexta, a Rússia bombardeou intensamente Kiev e região, deixando pelo menos 30 mortos

Bombeiros russos trabalham para conter os danos do ataque em Belgorod. Foto: Handout / Russian Emergencies Ministry / AFP
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A Rússia solicitou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU após o ataque deste sábado 30 em Belgorod que matou pelo menos 14 pessoas.

“Pedimos uma reunião do Conselho de Segurança sobre Belgorod para as 15h00 de Nova York”, disse o embaixador adjunto da Rússia nas Nações Unidas, Dmitry Polianski, em mensagem no Telegram.

Horas após o pedido, a Rússia recebeu a confirmação de que o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reunirá ainda neste sábado para tratar do caso. A reunião está agenda para 18h00 (de Brasília).

“Hoje, às 16h00 de Nova York [18h em Brasília], uma reunião do Conselho de Segurança da ONU requisitada pela Rússia vai acontecer em relação aos ataques em Belgorod”, informou a missão russa em suas redes sociais. Outros dois integrantes do Conselho confirmaram a informação à AFP.

O ataque

O ataque que Moscou atribuiu ao Exército ucraniano contra a cidade russa de Belgorod, que fica muito perto da fronteira entre os dois países, deixou 14 mortos e 108 feridos neste sábado 30, segundo o balanço atualizado das autoridades russas.

“De acordo com informações atualizadas, 12 adultos e duas crianças foram mortas em Belgorod. Além disso, outras 108 pessoas, incluindo 15 crianças, ficaram feridas”, reportou o Ministério de Situações de Emergência da Rússia em mensagem no Telegram.

O ministério havia divulgado antes um balanço de dez mortos e 45 feridos.

A Ucrânia, que ainda não reagiu às acusações russas, realiza regularmente ataques contra a Rússia, especialmente nas regiões mais próximas de seu território, mas o número de vítimas costuma ser menor.

O presidente russo Vladimir Putin foi “informado” do ataque contra “áreas residenciais” da cidade, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo as agências de notícias russas.

Por sua vez, o Ministério da Defesa russo afirmou que o ataque “não ficará impune” e acrescentou que conseguiu interceptar dois mísseis e a “maioria dos foguetes lançados contra a cidade”.

Ataque russo

Mais cedo neste sábado, aumentou o número de mortos por um “maciço” bombardeio russo na Ucrânia, realizado entre quinta e sexta-feira.

Socorristas trabalhavam entre escombros de um dos ataques russos mais violentos desde o início da guerra. Em Kiev, o bombardeio russo que deixou ao menos 39 mortos, segundo o presidente Volodimir Zelensky.

Escolas, uma maternidade, galerias comerciais e áreas residenciais foram alguns dos alvos dos bombardeios de sexta-feira, segundo autoridades ucranianas.

Os ataques provocaram repúdio internacional e novas promessas de apoio militar à Ucrânia, que luta contra as tropas invasoras russas desde fevereiro de 2022.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou neste sábado a morte de 16 pessoas até agora na capital.

“No total, 159 pessoas ficaram feridas” e “39 morreram até agora”, afirmou Zelensky. “Continuamos trabalhando para eliminar as consequências do ataque russo de ontem”, escreveu o presidente nas redes sociais.

O Estado-Maior ucraniano estimou que a Rússia lançou 158 mísseis e drones contra a Ucrânia, dos quais 114 foram destruídos.

A Rússia reforçou as defesas aéreas ucranianas na maioria das principais cidades, lançando uma onda de drones e mísseis a partir de aviões e de territórios que controla.

Yuri Ignat, porta-voz da Força Aérea ucraniana afirmou que foi “o maior ataque com mísseis” com exceção dos ocorridos nos primeiros dias após o início da invasão russa.

O Exército ucraniano também lançou ataques contra a Rússia, onde o Ministério da Defesa garantiu que seus sistemas antiaéreos interceptaram 13 mísseis e destruíram 32 drones nas regiões fronteiriças de Briansk e Kursk, e também em Oriol e Moscou.

“Conter este terror” 

O Exército russo afirmou ter “realizado 50 ataques em grupo e um ataque maciço” contra bases militares na Ucrânia na semana passada e que “todos os alvos foram atingidos”.

O subsecretário-geral da ONU, Mohamed Khiari, condenou os “terríveis” bombardeios” como “os mais recentes de uma série de ataques cada vez mais intensos por parte da Federação da Rússia”.

Ante os contínuos ataques russos, a Ucrânia instou seus aliados ocidentais a prestar “mais apoio e força para deter este terror”, indicou o assessor presidencial Andriy Yermak.

O presidente americano, Joe Biden, exigiu na sexta-feira que o Congresso supere as divisões e “atue sem demora” para aprovar o envio de ajuda, depois que Washington anunciou o desembolso do mais recente pacote de ajuda sem sua aprovação.

O Reino Unido anunciou que enviará cerca de 200 mísseis antiaéreos à Ucrânia para reforçar sua capacidade de defesa.

(Com informações de AFP)

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