Mundo

Rússia fecha o cerco às cidades de Severodonetsk e Lyssychansk, no Donbass

Tratam-se de cidades-chave que as forças russas e os separatistas ucranianos querem cercar como parte de sua estratégia para controlar toda a bacia de mineração do Donbass

O presidente da Rússia, Vladimir Putin. Foto: Mikhail Klimentyev/Sputnik/AFP
Apoie Siga-nos no

Prossegue a batalha pelo controle do Donbass, no leste da Ucrânia. As forças russas reforçaram neste domingo 29 o cerco às cidades de Severodonetsk e Lyssychansk.

A situação em Lyssychansk “claramente se agravou”, segundo o governador da região de Lugansk, Serguii Gaidai.

“Um projétil russo atingiu um prédio residencial, uma menina foi morta e quatro pessoas ficaram feridas no hospital”, disse ele no Telegram.

O sábado também foi um dia difícil na cidade, de acordo com o governador: 22 edifícios foram danificados pelos ataques. Em Severodonetsk, a situação é igualmente complicada, prosseguiu Gaidai, e há combates nas ruas.

No sábado, mais de três meses após o início da ofensiva lançada por Moscou, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, exigiram que o presidente russo, Vladimir Putin, inicie “negociações diretas e sérias” com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Putin garantiu que a Rússia continua “aberta para retomar o diálogo” com Kiev a fim de resolver o conflito, embora as negociações de paz com a Ucrânia estejam paralisadas desde março, segundo o Kremlin.

“Bombardeios constantes”

“A próxima semana será muito difícil”, previu Gaidai, acrescentando, no entanto, que as forças russas “não serão capazes de realizar tudo o que planejam”.

Por sua vez, o prefeito de Severodonetsk, Olexander Stryuk, assegurou que “os russos usaram muitos meios para tomar a cidade, mas não conseguiram (…) Pensamos que a cidade vai resistir”.

Os “bombardeios constantes” dificultam muito o abastecimento, especialmente de água potável, e a cidade está sem eletricidade há mais de duas semanas, disse o prefeito via Telegram.

Em comunicado publicado neste domingo, o Ministério da Defesa da Rússia garantiu que o exército destruiu “com precisão e mísseis de longo alcance um importante arsenal das forças ucranianas” na região de Dnipropetrovsk (sudeste).

Esses mísseis também atingiram um sistema de defesa antiaérea ucraniano na região de Donetsk, uma estação de radar em Kharkiv e cinco depósitos de munição perto de Severodonetsk nas últimas 24 horas, segundo as mesmas fontes.

Lyssychansk e Severodonetsk são cidades-chave que as forças russas e os separatistas ucranianos pró-Rússia querem cercar como parte de sua estratégia para controlar toda a bacia de mineração do Donbass.

“Muito, muito difícil”

Mais ao oeste, no sábado, o Ministério da Defesa russo confirmou a apreensão da cidade-chave de Lyman, abrindo caminho para as cidades de Sloviansk e Kramatorsk, no Donbass.

O comandante das forças armadas russas do distrito central, o general Alexandre Lapine, celebrou neste domingo domingo “a coragem e o heroísmo” dos soldados russos que participaram da tomada de Lyman.

Neste domingo, o exército ucraniano também informou que as tropas russas estavam se reagrupando massivamente na área.

Até Zelensky reconheceu que “a situação nesta região do Donbass (era) muito, muito difícil”, com bombardeios pesados de artilharia e mísseis. No entanto, ele assegurou que “se os ocupantes acreditam que Lyman e Severodonetsk são deles, estão errados”.

Após a ofensiva malsucedida em Kiev e Kharkiv (nordeste) no início da guerra, as forças russas se concentraram no leste da Ucrânia com o objetivo de tomar Donbass, parcialmente controlado desde 2014 por separatistas pró-russos apoiados por Moscou.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.