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Rússia e Ucrânia encerram dia de discussões com ‘fundamentais contradições’

Negociador de Kiev vê, porém, ‘espaço para concessões’; as conversas retornam nesta quarta 16

A cidade de Chernihiv em 13 de março de 2022. AFP PHOTO/STATE EMERGENCY SERVICE OF UKRAINE
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As negociações entre Rússia e Ucrânia para encerrar a guerra são marcadas por “contradições fundamentais”, mas há “espaço para concessões”, declarou nesta terça-feira 15 Mykhailo Podolyak, negociador e conselheiro do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Nesta terça, a ofensiva russa se intensificou, com uma série de bombardeios em Kiev. Quatro pessoas morreram no ataque a um edifício de 15 andares no distrito de Sviatoshyn, na zona oeste da capital, segundo os serviços de emergência ucranianos.

Outro prédio, de nove andares, foi atingido no bairro de Podil, a noroeste, mais próximo do centro da cidade, e uma pessoa ficou ferida, conforme o lado ucraniano. Em meio a esse cenário, o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou um toque de recolher de 35 horas a partir das 20h desta terça (horário local).

Em quase três semanas de conflito, mais de três milhões de pessoas fugiram da Ucrânia, principalmente rumo à Polônia, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.

“Continuaremos amanhã [as negociações]. Um processo de negociação muito difícil. Existem contradições fundamentais. Mas certamente há espaço para concessões. Durante o intervalo, o trabalho em subgrupos continuará”, disse Podolyak na noite desta terça, pelas redes sociais.

O dia também foi marcado pela chegada dos primeiros-ministros polonês, tcheco e esloveno a Kiev para reafirmar o “apoio inequívoco” da União Europeia à Ucrânia.

Mais cedo, Volodymyr Zelensky afirmou que a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, é improvável.

“Durante anos ouvimos falar de portas supostamente abertas, mas também ouvimos que não podemos entrar lá. Isso é verdade, devemos admitir isso”, disse o presidente durante reunião online com líderes dos Estados que compõem a Força Expedicionária Conjunta.

Enquanto isso, potências ocidentais continuam a apostar em sanções contra a Rússia e aliados de Vladimir Putin. A UE comunicou uma quarta série de medidas, entre as quais o bloqueio do acesso a bens de luxo e a instituições financeiras internacionais.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos também anunciou novas sanções contra o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, e sua esposa, por corrupção e violações de direitos humanos.

A Rússia, por sua vez, adotou pela primeira vez nesta terça sanções contra o presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

(Com informações da AFP)

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