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Rússia é banida de eventos esportivos mundiais por quatro anos

Punição por doping deixará o país de fora dos Jogos Olímpicos de 2020 e da Copa do Mundo de Futebol de 2022

Bandeiras das Olimpíadas e da Rússia hasteadas durante o encerramento dos Jogos de Inverno em Sochi: país está banido de eventos esportivos (Foto: Damien MEYER / AFP)
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A Rússia está banida dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 e de todos os grandes eventos esportivos mundiais por um período de quatro anos, anunciou nesta segunda-feira 9 a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês).

O Comitê Executivo da Wada tomou essa decisão ao concluir que Moscou adulterou dados laboratoriais ao utilizar evidências falsas e apagar arquivos ligados aos resultados positivos de testes antidoping, que poderiam ter identificado o uso de substâncias ilegais em seus atletas.

O período de punição inclui também os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, em 2020, e a Copa do Mundo de Futebol de 2022 no Catar. A decisão de banir a Rússia dessas competições foi consenso entre os membros do comitê. “A lista completa de recomendações foi aceita em unanimidade”, disse um porta-voz da entidade.

A Rússia está no centro do escândalo envolvendo doping por parte de seus atletas desde 2015, quando um relatório de uma comissão independente criada pela Wada alertou para provas de dopagem em grande escala e pediu que a Federação Russa de Atletismo fosse banida da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) por desrespeitar códigos antidoping.

Vários atletas russos tiveram que ficar de fora dos últimos Jogos Olímpicos, e o país não pôde participar das últimas Olimpíadas de Inverno de 2018, como punição pelos casos de acobertamento promovido pelo Estado aos casos de doping nos Jogos de Inverno de 2014, na cidade russa de Sóchi. Os atletas russos puderam competir individualmente, sem representar oficialmente a bandeira de seu país.

A decisão divulgada nesta segunda-feira foi recomendada pelo comitê de análise de compliance, em resposta aos dados laboratoriais fornecidos neste ano por Moscou à entidade.

Uma das condições para a readmissão da agência antidoping russa Rusada – suspensa em 2015 em razão do escândalo, mas readmitida no ano passado – teria sido a entrega de cópias autênticas dos dados de laboratório, que acabaram sendo comprovados como adulterados.

A partir de agora, a Rusada perde novamente as suas credenciais. Caso a agência apele contra as sanções impostas pela Wada, o caso será encaminhado à Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Assim como na última edição dos Jogos de Inverno, a punição permite que atletas russos que não estejam envolvidos nas fraudes em testes de doping participem dos principais eventos internacionais, mas sem representar sua bandeira e sem a execução do hino nacional.

Autoridades russas afirmam que a punição é injusta e a atribuem a supostas tentativas dos países ocidentais de deter a Rússia. O ministro russo dos esportes, Pavel Kolobkov, atribuiu no mês passado as discrepâncias nos dados de laboratório a questões técnicas.

A vice-presidente da Rusada, Margarita Pakhnotskaya, afirmou que a decisão da Wada “já era aguardada” e que não foi surpresa ter sido tomada em consenso entre os membros do comitê, uma vez que nenhum de seus membros expressou qualquer apoio à Rússia.

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