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Rússia bombardeia o noroeste da Ucrânia e retoma fornecimento de gás à Europa

Rússia acusou hoje a Ucrânia de realizar ataques com drones esta semana perto da usina nuclear de Zaporizhzhia, que está sob controle russo desde março

Foto: Russian Defence Ministry / AFP
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A Rússia lançou um ataque nesta quinta-feira (21) na cidade ucraniana de Kharkiv (nordeste), enquanto sua gigante Gazprom retomou o fornecimento de gás para a Europa através do gasoduto Nord Stream, embora persistam os temores de uma crise energética.

Duas pessoas morreram e 19 ficaram feridas nesta quinta em um bombardeio russo em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, segundo informou o governador regional, Oleg Synegubov.

No dia anterior, três pessoas foram mortas em outro bombardeio, incluindo um adolescente perto de um ponto de ônibus.

Por sua vez, a Rússia acusou hoje a Ucrânia de realizar ataques com drones esta semana perto da usina nuclear de Zaporizhzhia, que está sob controle russo desde março.

E a Human Rights Watch (HRW) acusou as tropas russas e ucranianas de colocar “desnecessariamente” em perigo os civis com presença de tropas em áreas povoadas.

Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que os alvos militares na Ucrânia não estão mais limitados ao leste do país.

A Rússia registrou nas últimas semanas conquistas territoriais no leste, tomando Severodonetsk e Lyssytchansk, abrindo caminho para avançar em direção às cidades de Kramatorsk e Sloviansk, mais a oeste.

Europa volta a receber gás russo

A Ucrânia, por sua vez, continua exigindo mais armas e sanções contra Moscou.

“Os russos querem sangue, não negociações. Peço a todos os parceiros que reforcem as sanções contra a Rússia e acelerem o fornecimento de armas à Ucrânia”, pediu o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba.

Em visita aos Estados Unidos, a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, fez um discurso ao Congresso e pediu mais armas.

Na frente energética, a Europa respirou aliviada nesta quinta depois que a Rússia reabriu seu fluxo de gás para a Europa, através do gasoduto Nord Stream, após uma suspensão das operações para manutenção.

Este gasoduto está no centro do confronto geopolítico entre a Europa e a Rússia.

De acordo com os primeiros dados divulgados pelo operador alemão da rede, Gascade, o fluxo é equivalente ao registrado antes da suspensão das operações para manutenção, o que corresponde a 40% da sua capacidade.

A Rússia responsabilizou os ocidentais por problemas técnicos no fornecimento de gás. “São as restrições que impedem o reparo de equipamentos, especialmente turbinas em estações de compressão”, disse o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov.

Ele também descreveu como “completamente falsas” as acusações contra Moscou de “chantagem” com o gás.

Neste contexto, a Comissão Europeia preparar o terreno para lidar com uma possível escassez de gás durante o inverno. Mas o plano do Executivo europeu, que será debatido em 26 de julho, não tem apoio unânime, uma vez que Espanha e Portugal já anunciaram seu desacordo.

O governo espanhol estimou que a medida não é nem “justa” nem “eficaz”, enquanto “Portugal vai opor-se” a esta medida “desproporcional”.

Mercosul rejeita discurso de Zelensky

A Ucrânia, cuja economia despencou desde o início da invasão russa, anunciou nesta quinta-feira uma desvalorização de 25% de sua moeda em relação ao dólar.

“Esta medida fortalecerá a competitividade dos produtores ucranianos” e “apoiará a estabilidade da economia em condições de guerra”, comentou o Banco Central em comunicado.

A Turquia, por sua vez, anunciou que um acordo sobre as exportações de grãos ucranianos, bloqueados nos portos do país, seria “possível nos próximos dias” se o Ocidente satisfizer as exigências da Rússia de alívio das sanções.

No plano diplomático, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky sofreu um revés com a recusa do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – em permitir que ele fizesse um discurso na cúpula de chefes de Estado nesta quinta-feira.

“Não houve consenso”, comentou Raúl Cano, vice-chanceler do Paraguai, país anfitrião da reunião.

Cano explicou que todas as decisões do bloco são tomadas por consenso, mas não identificou o país ou países que se opuseram à intervenção de Zelensky.

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