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Rompimento de barragem deixa mais de 40 mortos no Quênia

Capital do país atravessa intensa temporada de chuvas

Estragos de um rompimento de barragem no Quênia. Foto: LUIS TATO / AFP
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Ao menos 45 pessoas morreram no rompimento de uma barragem em uma cidade ao noroeste de Nairóbi, capital do Quênia, no momento em que o país enfrenta chuvas torrenciais e mantém as escolas fechadas.

“Até o momento, recuperamos 45 corpos da tragédia da barragem. A equipe no local está sobrecarregada, mas as buscas prosseguem”, declarou por telefone à AFP um funcionário da delegacia do condado de Nakuru.

A barragem rompeu perto da cidade da localidade de Mai Mahiu, no Vale do Rift, a 100 quilômetros de Nairóbi. Casas foram destruídas e uma rodovia foi bloqueada.

Um total de 120 pessoas morreram no Quênia desde março devido às chuvas mais intensas que o habitual que atingiram o país, agravadas pelo fenômeno climático El Niño.

Em outro incidente, a Cruz Vermelha queniana anunciou nesta segunda-feira que recuperou dois corpos depois que uma embarcação, que transportava um grande número de pessoas, naufragou no fim de semana durante a cheia do rio Tana, leste do país.

Segundo a organização, 23 pessoas foram resgatadas. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o momento em que a embarcação, com superlotação, afunda com os passageiros gritando.

O governo queniano pediu na sexta-feira à população se preparasse para chuvas ainda mais intensas e anunciou um primeiro balanço de 76 vítimas fatais nas inundações desde março.

O Quênia e grande parte do leste da África registram chuvas sazonais mais intensas do que o habitual há várias semanas.

Estragos de um rompimento de barragem no Quênia.
Foto: LUIS TATO / AFP

Escolas fechadas

As inundações alagaram estradas e bairros inteiros, provocando o deslocamento de mais de 130.000 pessoas no país, muitas delas em Nairóbi, segundo os dados oficiais publicados no sábado.

As escolas permanecem fechadas devido às fortes chuvas.

“O efeito devastador da chuva em algumas escolas é tão grande que seria imprudente arriscar a vida das crianças e dos funcionários”, afirmou o ministro da Educação, Ezequiel Machogu.

As chuvas também provocaram danos consideráveis na vizinha Tanzânia, onde pelo menos 155 pessoas morreram em inundações e deslizamentos de terra.

No Burundi, um dos países mais pobres do mundo, quase 96.000 pessoas foram deslocadas por meses de chuvas ininterruptas, anunciaram a ONU e o governo no início do mês.

Uganda também enfrentou fortes tempestades que provocaram inundações. Ao menos duas pessoas morreram e centenas de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.

Em 2018, no mesmo condado de Nakuru onde está localizada Mai Mahiu, o rompimento da barragem de Solai, provocado pelas chuvas e inundações, matou 48 pessoas.

O fenômeno climático El Niño geralmente é associado a temperaturas globais mais elevadas, o que provoca secas em algumas regiões e inundações em outras.

No final do ano passado, mais de 300 pessoas morreram em consequência das chuvas e inundações no Quênia, Somália e Etiópia, enquanto a região tentava se recuperar da seca mais grave nos últimos 40 anos, que deixou milhões de pessoas em situação de fome.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou em março que o atual fenômeno El Niño era um dos cinco mais potentes já registrados.

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