Mundo
Robert Golob vence legislativas na Eslovênia e derrota candidato autoritário
Novato na política, Golob é ex-executivo do setor de energia solar e comemorou o resultado de casa, onde está em quarentena após ser diagnosticado positivo para a Covid-19
O candidato liberal, Robert Golob, de 55 anos, venceu as eleições legislativas deste domingo (24) na Eslovênia, com 34,5% dos votos, à frente do primeiro-ministro Janez Jansa, 63, que teve 23,6%.
“As pessoas querem mudanças e confiaram na gente”, disse Golob. Na sede de seu partido Movimento da Liberdade (GS), na capital Liubliana, o resultado foi recebido com aplausos e gritos de alegria. “É uma surpresa”, reagiu à imprensa a vice-presidente da legenda Urska Klakocar Zupancic, elogiando a vitória “da democracia”.
O resultado deste domingo marca uma grande derrota para Jansa, presente na vida política eslovena há três décadas e acusado de copiar o estilo autoritário do chefe de Estado húngaro, Viktor Orbán.
O líder, que voltou ao poder em março de 2020, é acusado de repetidas violações do Estado de direito pela Comissão Europeia, que ele descreve como “burocratas pagos em excesso”.
Durante esses dois anos, Jansa “realizou repetidos ataques contra o Estado de direito e as instituições democráticas”, segundo a influente ONG americana Freedom House em seu relatório anual publicado esta semana, citando “ataques” contra o judiciário e os meios de comunicação.
Os eslovenos foram às urnas para eleger os deputados em eleições realizadas num contexto de descontentamento da sociedade civil com as ações do governo, que gerou protestos nos últimos meses.
“Liberdades cerceadas”
Admirador declarado do ex-presidente dos EUA Donald Trump e aliado do ultraconservador Orbán, Jansa privou a agência nacional de notícias STA de fundos públicos por meses, considerando-a muito crítica.
A Eslovênia, que já foi considerada “um modelo no Leste Europeu”, tem visto “as liberdades cada vez mais cerceadas”, segundo o analista Valdo Miheljak. Golob promete um retorno à “normalidade”.
Além das quarenta cadeiras que parece ter garantido, ele deve obter o apoio de partidos de centro-esquerda para conseguir uma maioria no Parlamento, de 90 deputados.
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