Economia
Risco-país sobe e Argentina vive tempestade nos mercados; Milei alega ‘pânico político’
Na quarta-feira, o Banco Central foi obrigado a intervir pela primeira vez após cinco meses sem operações no mercado de câmbio


O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta sexta-feira 19 que o “pânico político” está provocando uma tempestade nos mercados que leva ao colapso do peso e à disparada do risco-país.
No Banco Nación, o maior banco público da Argentina, o dólar fechou cotado a 1.515 pesos (5,47 reais) e rompeu o teto da banda de flutuação cambial estabelecida pelo governo.
Há “pânico político que está se espiralizando no mercado e gerando uma descoordenação enorme em termos de risco-país”, afirmou o presidente ao discursar nesta sexta-feira na Bolsa de Comércio de Córdoba.
O ultraliberal defendeu seu programa econômico e considerou que estão “colocando obstáculos” para prejudicá-lo.
O risco-país, uma medida da confiança do mercado na solvência de um Estado, é elaborado pelo banco JP Morgan e nesta semana ficou em torno de 1.400 pontos base, o que afasta a Argentina dos mercados internacionais de crédito.
Na quarta-feira, o Banco Central foi obrigado a intervir pela primeira vez após cinco meses sem operações no mercado de câmbio, e em apenas dois dias vendeu 432 milhões de dólares (2,3 bilhões de reais) das reservas para sustentar a moeda.
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