Mundo
Revanche em curso
Os armênios temem que a tomada de Nagorno-Karabakh pelo Azerbaijão seja só o começo
As colmeias estavam numa terra de ninguém. Depois do confronto na fronteira próxima de sua aldeia, em abril, Geram dirigiu até os campos que sua família cultiva há décadas e onde mantém um pequeno apiário. Mas quando ele se aproximou ouviu tiros. Azerbaijanos disparavam contra ele de suas novas posições no topo das colinas ao redor. Ele voltou correndo para o carro e nunca mais retornou.
Outro morador local, Samvel Hyusunts, perdeu quase 70 hectares onde sua família cultivava trigo há décadas. “Eles tomam o que puderem”, diz ele, vestindo um terno empoeirado e boné, à beira da estrada por onde milhares de refugiados passaram de Karabakh para a Armênia. “A aldeia está sofrendo.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.