Mundo

Reunião do Eurogrupo termina com ultimato à Grécia

Atenas rejeita proposta de prolongar programa de resgate por seis meses, chamando-a de “absurda”. Ministros da zona do euro estabelecem sexta-feira como prazo para governo grego pedir uma extensão

Sem entendimento, reunião em Bruxelas acabou bem antes do previsto. Agora, o ministro de Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse que pretende encontrar uma solução dentro de 48 horas
Apoie Siga-nos no

A reunião dos ministros das Finanças da zona do euro desta segunda-feira 16, em Bruxelas, terminou mais cedo do que o previsto, após a Grécia rejeitar uma proposta apresentada pelo Eurogrupo. Atenas se recusou a aceitar uma extensão de seis meses do programa de resgate internacional e a manutenção dos termos do acordo com os credores, provocando confusão nas negociações sobre a dívida do país.

Os ministros das Finanças deram à Grécia um ultimato para pedir uma extensão do programa de resgate, que expira no fim deste mês. O governo grego tem até esta sexta-feira para fazer o pedido, disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

Uma fonte de Atenas chamou a proposta do Eurogrupo de “absurda” e “inaceitável”. Do outro lado, vários líderes europeus se disseram desapontados. Esperava-se que a reunião em Bruxelas se estendesse até a noite, mas ela chegou ao fim após quatro horas.

O novo governo grego, empossado em janeiro, prometeu acabar com o programa de resgate de 240 milhões de euros, reverter políticas de austeridade e encerrar a cooperação com inspetores da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Entretanto, a UE exige que antes que se chegue a um acordo sobre um relaxamento das medidas de austeridade, Atenas aceite uma extensão do programa atual e de seus termos rígidos por ao menos alguns meses.

Após o fim da reunião, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse que Atenas pretende encontrar uma solução dentro de 48 horas. A Grécia está disposta a “fazer o que for preciso para chegar a um acordo nos próximos dois dias”.

Programa “flexível”

Dijsselbloem disse ver pouca diferença entre o pedido do governo grego por um empréstimo-ponte até junho e a proposta dos ministros europeus de que o programa atual seja estendido. Ele insiste que há “flexibilidade” no programa atual.

O presidente do Eurogrupo afirmou que, caso Atenas apresente o pedido de extensão, os ministros da zona do euro devem se reunir novamente nesta sexta-feira para discutir maneiras de relaxar alguns de seus termos.

Antes do início da reunião em Bruxelas, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, disse estar cético quanto às negociações e que ninguém pretendia dar mais dinheiro à Atenas sem garantias.

Caso não chegue a um acordo com a UE, aumentam os temores de que a Grécia enfrente uma contração do crédito, o que poderia forçá-la a sair da zona do euro. Até agora, o Banco Central Europeu (BCE), permitiu que o banco central grego concedesse financiamentos de emergência aos bancos do país, mas controles de capital poderiam ser impostos se as negociações com o Eurogrupo fracassarem. O BCE reavaliará sua política nesta quarta-feira.

O FMI também afirmou que não desembolsará mais fundos à Grécia se Atenas não avançar nas reformas previstas.

FF/rtr/afp/ap/dpa

Logo DW

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo