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Retomada da guerra comercial: China reage às tarifas de 100% anunciadas por Trump

A tarifa anunciada por Trump se soma aos 30% já aplicados a todos os produtos chineses desde maio, além das taxas vigentes para setores específicos

Retomada da guerra comercial: China reage às tarifas de 100% anunciadas por Trump
Retomada da guerra comercial: China reage às tarifas de 100% anunciadas por Trump
Os presidentes Donald Trump (EUA) e Xi Jinping (China). Foto: FRED DUFOUR/AFP
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A China acusou os Estados Unidos neste domingo 12 de adotarem dois pesos e duas medidas, após o anúncio do presidente Donald Trump sobre a imposição de tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses. O presidente americano afirmou que a medida é uma resposta à “postura comercial extraordinariamente agressiva” da segunda maior economia do mundo, que decidiu reforçar a regulamentação das exportações de tecnologias ligadas às terras raras.

Esse é um setor estratégico: as terras raras — um grupo de 17 metais pesados — são utilizadas em uma ampla variedade de dispositivos, desde lâmpadas até mísseis guiados.

As novas tarifas entrarão em vigor a partir de 1º de novembro, “ou antes”, segundo Trump.

“A declaração dos EUA é um exemplo típico de ‘duplo padrão’”, afirmou um porta-voz do Ministério do Comércio chinês, em comunicado publicado online.

A China é o maior produtor mundial de terras raras, e Washington já acusou o país de explorar essa posição dominante. Os novos controles anunciados por Pequim, na quinta-feira 9, dizem respeito à exportação de tecnologias relacionadas à extração e produção desses materiais, segundo o ministério.

“Uma verdadeira surpresa” para Donald Trump, que declarou, na sexta-feira, não ter mais “nenhum motivo” para se reunir com o líder chinês Xi Jinping na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), marcada para o fim do mês na Coreia do Sul — encontro que ele próprio havia anunciado em setembro.

Efeito cumulativo

A tarifa anunciada por Trump se soma aos 30% já aplicados a todos os produtos chineses desde maio, além das taxas vigentes para setores específicos como aço, alumínio, cobre, produtos farmacêuticos e móveis, conforme detalhou um funcionário da Casa Branca na semana passada.

“As ações de Washington prejudicam seriamente os interesses da China e minam (…) o ambiente para discussões econômicas e comerciais entre os dois lados”, declarou o Ministério do Comércio chinês neste domingo. “Ameaçar constantemente com tarifas altas não é a abordagem correta para cooperar com a China”, acrescentou.

Pequim e Washington travaram uma intensa guerra comercial no início do ano, com ambos os lados reagindo aos aumentos tarifários.

Posteriormente, os dois países concordaram com uma trégua comercial válida até novembro. O acordo estabeleceu tarifas provisórias de 30% sobre produtos chineses e de 10% sobre produtos americanos.

Na sexta-feira, a China também anunciou que imporia tarifas “especiais” sobre navios americanos em seus portos, em retaliação a medidas semelhantes adotadas por Washington em abril.

(Com AFP)

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