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Republicanos assumem o controle da Câmara dos Representantes dos EUA

As emissoras NBC e CNN projetaram a vitória para os republicanos com pelo menos 218 dos 435 assentos da Câmara dos Representantes

Foto: Samuel Corum / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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O Partido Republicano conquistou o controle da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, de acordo com projeções da mídia, o que dará aos conservadores a possibilidade de combater a agenda do presidente Joe Biden nos próximos dois anos.

A maioria republicana na Câmara baixa do Congresso será muito menor do que o partido esperava, depois de não ter conquistado o controle do Senado nas eleições de meio de mandato da semana passada.

As emissoras NBC e CNN projetaram a vitória para os republicanos com pelo menos 218 dos 435 assentos da Câmara dos Representantes, o suficiente para garantir uma maioria.

A confirmação chega uma semana depois de milhões de americanos irem às urnas para votar nas eleições de meio de mandato, que costumam castigar o partido no poder.

Biden parabenizou o republicano Kevin McCarthy, eleito nesta terça-feira por seus colegas para ser o líder do partido na Câmara baixa, pela “vitória dos republicanos da maioria na Câmara”.

O presidente democrata afirmou estar “pronto para trabalhar com os republicanos da Câmara dos Representantes para obter resultados para as famílias trabalhadoras”.

Ainda segundo Biden, a votação da semana passada foi “uma forte rejeição aos negacionistas das eleições, à violência política e à intimidação” e mostrou “a força e resistência da democracia americana”.

McCarthy se pronunciou via Twitter pouco após a publicação das projeções: “Os americanos estão prontos para uma nova direção, e os republicanos da Câmara dos Representantes estão prontos para cumprir essa missão”.

A notícia chega um dia depois que o ex-presidente Donald Trump, cujo endosso parece ter condenado alguns dos candidatos de seu partido nas eleições de meio de mandato, anunciou que pretende se candidatar à presidência em 2024.

Em um cenário de aumento da inflação e queda nos índices de popularidade de Biden, os republicanos esperavam conquistar o controle de ambas as casas do Congresso e, com isso, bloquear de maneira efetiva a maioria dos projetos legislativos de Biden.

Em vez disso, os eleitores democratas compareceram em massa, estimulados pela anulação do direito ao aborto pela Suprema Corte e temerários dos candidatos apoiados por Trump que rejeitam abertamente o resultado da eleição presidencial de 2020.

Já os republicanos perderam terreno ao apresentar candidatos rejeitados pelos eleitores moderados por serem muito radicais.

“No próximo Congresso, os democratas da Câmara continuarão a desempenhar um papel de liderança para apoiar a agenda do presidente Biden, com uma forte influência sobre uma escassa maioria republicana”, disse a atual presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi.

Maioria democrata no Senado

O partido de Biden reverteu uma importante cadeira no Senado na Pensilvânia e manteve mais duas nos estados do Arizona e Nevada, dando aos democratas uma maioria na Câmara Alta com 50 assentos mais o voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.

O segundo turno das eleições para o Senado da Geórgia, marcado para o mês que vem, pode levar os democratas a melhorar sua maioria na Câmara alta.

O Senado supervisiona a confirmação de juízes federais e membros do gabinete, e ter esse órgão de 100 assentos ao seu lado será de grande importância para Biden.

Enquanto isso, McCarthy ganhou a eleição por voto secreto para liderar seu partido na Câmara dos Representantes, o que deve permitir que ele se torne presidente da casa a partir de janeiro.

O congressista californiano de 57 anos, membro do alto escalão republicano na Câmara desde 2014, derrotou seu correligionário Andy Biggs, membro do grupo de extrema-direita Freedom Caucus.

Mas possíveis deserções da extrema-direita podem complicar seu caminho quando o plenário da Câmara escolher seu líder em janeiro.

McCarthy deve vencer a votação no plenário do dia 3 de janeiro, quando os 435 novos membros da Câmara dos Deputados, republicanos e democratas, escolherão o “speaker” (presidente), terceiro cargo mais importante na política americana depois do presidente e vice-presidente.

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