No início da segunda semana de setembro, Mohamed Eljabo, jornalista independente de Trípoli, na Líbia, viajou para as províncias orientais do país. Passou por Derna, Al Bayda e Sousa, e descreveu o que viu como um choque além da compreensão. “Já visitei essas cidades e as conheço bem”, diz. “Esperava encontrar esses locais quando fiz a viagem de Trípoli. Esperava ver os bairros e as cidades. Mas eles desapareceram. Foram apagados. É horrível.”
Eljabo é um dos muitos repórteres locais que testemunharam cenas que agora acham difícil descrever e que tentam processar mentalmente. The Observer conversou com seis jornalistas que escaparam por pouco da morte, vivenciaram a perda de amigos e entes queridos e escreveram reportagens de lugares agora quase apagados do mapa. “A parte mais assustadora de toda a experiência foi a cicatriz que a tempestade deixou nos vivos”, descreve Eljabo. “Quando comecei a trabalhar numa reportagem e a interagir com os sobreviventes, seus rostos gritavam de medo. O horror era tangível em seus olhos, em suas feições. Havia crianças chorando sobre os túmulos de suas famílias e tentando entrar nos túmulos. Nunca experimentei algo tão angustiante.”
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