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Reino Unido testa semana de trabalho de quatro dias

Experiências semelhantes ocorreram na Espanha, na Islândia, nos Estados Unidos e no Canadá

Foto: AFP/Getty
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“Seria possível se dedicar ao voluntariado, aprender uma nova habilidade” ou passar mais tempo com a família, diz Louis Bloomsfield, um dos funcionários britânicos que testará a semana de trabalho de quatro dias em junho.

A cervejaria onde ele trabalha, em Londres, vai aderir a partir de junho a um gigantesco teste com 3.000 funcionários de cerca de 60 empresas.

O projeto, anunciado como a maior redução de jornada de trabalho do mundo, visa ajudar as empresas a reduzir suas jornadas de trabalho sem cortar salários ou renda.

Testes semelhantes foram realizados na Espanha, na Islândia, nos Estados Unidos e no Canadá e estão programados para começar em agosto na Austrália e na Nova Zelândia.

Alex Soojung-Kim Pang, diretor de projetos da 4 Day Week Global, o grupo que apoia os testes, diz que o período de seis meses no Reino Unido beneficiará as empresas com mais tempo para experimentar e coletar dados.

A adaptação deve ser mais fácil para as PMEs, que podem implementar grandes mudanças mais rapidamente, disse ele à AFP.

Para a Pressure Drop, o objetivo é aumentar a produtividade e o bem-estar dos funcionários, ajudando a reduzir a pegada de carbono da empresa.

A expectativa é de que uma semana de trabalho mais curta possa atrair novos funcionários e reter os melhores no Reino Unido, onde o desemprego está em seu nível mais baixo em quase 50 anos, com um número recorde de vagas: 1,3 milhão, acima do número de candidatos.

Nem tão cor-de-rosa

Uma semana de trabalho mais curta é mais fácil de implementar nos serviços, e o Reino Unido tem uma vantagem nesse aspecto, já que este setor responde por 80% do seu PIB.

Mas, para setores como varejo, alimentos e bebidas, é mais complicado, acrescenta Jonathan Boys, economista do Institute for Personal Development, uma associação de recursos humanos.

Ele acredita que o maior desafio será medir a produtividade, especialmente dos serviços, onde grande parte do trabalho é qualitativo e menos fácil de quantificar do que a produção da fábrica.

Mas para Aidan Harper, coautor de um livro que promove a semana de trabalho de quatro dias (The Case for a Four Day Week), países que trabalham menos tendem a ter maior produtividade.

“Dinamarca, Suécia e Holanda trabalham menos que o Reino Unido e têm altos níveis de produtividade”, destaca.  Já a Grécia é um dos países da Europa com mais horas de trabalho, porém com baixa produtividade, segundo ele.

Phil McParlane, da empresa de recrutamento 4dayweek.io, especializada em jornadas flexíveis e quatro dias por semana, diz que o número de empresas que pretendem contratar através da sua plataforma passou de 30 para 120 nos últimos dois anos, refletindo o aumento da flexibilização do trabalho e a busca por melhor qualidade de vida após dois anos de pandemia.

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