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Reino Unido reconhecerá Estado palestino se Israel não avançar em solução para Gaza

Medidas incluiriam concordar com um cessar-fogo e comprometer-se com ‘uma paz duradoura e de longo prazo, reavivando a perspectiva de uma solução de dois Estados’

Reino Unido reconhecerá Estado palestino se Israel não avançar em solução para Gaza
Reino Unido reconhecerá Estado palestino se Israel não avançar em solução para Gaza
Keir Starmer, o primeiro-ministro britânico. Foto: HENRY NICHOLLS / AFP
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O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou, nesta terça-feira 29, que o Reino Unido reconhecerá o Estado da Palestina em setembro, a menos que Israel adote diversas “medidas substanciais” na Faixa de Gaza, incluindo um acordo de cessar-fogo.

“Posso confirmar que o Reino Unido reconhecerá o Estado da Palestina antes da Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro, a menos que o governo israelense tome medidas substanciais para acabar com a terrível situação em Gaza”, declarou o líder trabalhista em uma declaração em seu gabinete em Downing Street.

Israel “rejeitou” as declarações de Starmer, considerando-as uma “recompensa para o Hamas” e um obstáculo aos esforços realizados para obter um cessar-fogo na guerra de Gaza.

“A mudança de posição do governo britânico neste momento, após a iniciativa francesa e sob pressão política interna, constitui uma recompensa para o Hamas e prejudica os esforços destinados a alcançar um cessar-fogo em Gaza, bem como um marco para a libertação de reféns”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores israelense em comunicado.

Entre as medidas pedidas por Starmer estariam estabelecer “um cessar-fogo” e comprometer-se “com uma paz duradoura e de longo prazo, reacendendo a perspectiva de uma solução de dois Estados”.

O premiê também pediu a Israel que “permita à ONU retomar o fornecimento de ajuda e comprometa-se a não realizar anexações na Cisjordânia”.

A pressão sobre o primeiro-ministro britânico se intensificou nos últimos dias, após o anúncio de Emmanuel Macron na quinta-feira de que a França reconhecerá um Estado palestino na Assembleia Geral da ONU em setembro, tornando-se assim o primeiro país do G7 a fazê-lo.

“Sempre disse que reconheceremos um Estado palestino como uma contribuição a um verdadeiro processo de paz, no momento de máximo impacto para a solução de dois Estados”, afirmou Starmer.

O premiê exigiu, por outro lado, que o Hamas libertasse os reféns que restam, assim como a desmilitarização total do grupo islamista, para que “não volte a desempenhar nenhum papel importante” no território palestino.

Antes do anúncio, Starmer falou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e lhe disse que “a situação em Gaza é intolerável”, segundo uma porta-voz de Downing Street.

O líder trabalhista também conversou com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que “comemorou” o anúncio do reconhecimento, segundo a porta-voz.

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