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Reino Unido e o mundo se despedem de Elizabeth II com funeral grandioso em Londres

Elizabeth II faleceu em 8 de setembro aos 96 anos, quando estava em sua residência escocesa de Balmoral

(Foto por Daniel LEAL / AFP)
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Ícone de uma era, Elizabeth II, que faleceu após um reinado de 70 anos, recebeu nesta segunda-feira (19) um último adeus em um imponente funeral de Estado na Abadia de Westminster, na presença de governantes de todo o mundo, antes de ser enterrada em uma cerimônia privada em Windsor.

Durante o sermão, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana, elogiou a vida da rainha, dedicada durante sete décadas a seu povo.

“As pessoas que amam servir são raras em qualquer âmbito da vida. Líderes que amam servir são ainda mais raros. Mas em todos os casos, aqueles que servem serão amados e recordados, enquanto aqueles que se apegam ao poder e aos privilégios são esquecidos”, disse Welby.

O Coral da Abadia de Westminster e o Coral da Capela Real entoaram seus cânticos para os quase 2.000 participantes, incluindo quase 500 governantes e monarcas do mundo, do presidente americano Joe Biden ao brasileiro Jair Bolsonaro, passando pelo rei da Espanha, Felipe VI, ao imperador do Japão, Naruhito.

Na parte final da cerimônia, todo o país respeitou dois minutos de silêncio, das ruas aos parques, incluindo os pubs, onde muitos acompanharam a cerimônia pela televisão.

O funeral de Estado terminou com o hino nacional, “Deus salve o Rei”, cantado em homenagem ao novo monarca Charles III.

Em seguida o rei acompanhou, com os irmãos e filhos, a saída do caixão da Abadia, levado por oito carregadores e coberto com a bandeira da monarquia, a coroa imperial, o cetro e o orbe, símbolos da rainha.

O caixão foi transportado em uma carreta da Royal Navy (Marinha Real) que, acompanhada por militares de três regimentos próximos à monarca, iniciou uma longa procissão pelo centro de Londres até o Arco de Wellington, no Hyde Park Corner.

Bisnetos da monarca, o príncipe George, de 9 anos, segundo na linha de sucessão, e sua irmã Charlotte, de 7 anos, seguiram o cortejo em um automóvel oficial, ao lado de sua mãe Catherine, princesa de Gales, e de Camilla, a nova rainha consorte.

Mais tarde, o corpo de Elizabeth II será levado em um carro fúnebre até Windsor, localidade que fica 40 km ao oeste da capital e onde fica o famoso castelo de mesmo nome que será a última morada da rainha.

Multidão nas ruas

Na véspera do funeral, o Palácio de Buckingham divulgou uma foto inédita de Elizabeth II, muito sorridente, feita para o “jubileu de platina” em junho.

Elizabeth II faleceu em 8 de setembro aos 96 anos, quando estava em sua residência escocesa de Balmoral.

O estado de saúde da rainha era delicado há um ano, mas o falecimento da monarca, com uma presença que parecia eterna, provocou grande comoção no país e no mundo.

O Reino Unido a homenageou com 10 dias de luto nacional, cortejos e procissões. A emoção popular tornou quase imperceptíveis os protestos da minoria de republicanos.

Seu filho mais velho, de 73 anos, a sucedeu como Charles III. Até então um dos membros menos apreciados da família real britânica, sua popularidade subiu nos últimos dias.

A Abadia de Westminster não tinha espaço suficiente para a multidão de britânicos que desejavam acompanhar a rainha até o fim.

Nas primeiras horas da manhã, milhares de pessoas de todas as idades já aguardavam no Mall, a famosa avenida que leva ao Palácio de Buckingham, para acompanhar a passagem do cortejo após o funeral de Estado.

Reunida com os pais e o marido

Símbolo de uma era de grandes mudanças, Elizabeth II assumiu o trono em 1952, em um Reino Unido ainda abalado pelo pós-guerra, e faleceu em 2022, no pós-pandemia e Brexit.

Ela conheceu 15 primeiros-ministros, de Winston Churchill à atual Liz Truss, assim como figuras históricas que incluem o soviético Nikita Khrushchev, a madre Teresa de Calcutá e o sul-africano Nelson Mandela.

Em Windsor, o caixão será levado para a Capela de St. George. Nesta igreja do século XV, conhecida por ter sido cenário dos últimos casamentos reais, será organizada mais uma cerimônia religiosa com 800 convidados, incluindo funcionários que trabalhavam para a rainha.

No local, a corona, o orbe e o cetro serão retirados do caixão e colocados sobre o altar. O funcionário de maior alto escalão da Casa Real, Lorde Chamberlain, quebrará sua “vara de comando” e a colocará sobre o caixão, simbolizando o fim do reinado de Elizabeth II.

Depois, em uma última cerimônia privada, reservada aos familiares mais próximos, a rainha será sepultada no “Memorial George VI”, um anexo onde foram enterrados seus pais e as cinzas de sua irmã Margaret.

O caixão de seu marido, o príncipe Philip, será enterrado ao lado dela, após ser transferido da cripta real, onde está desde sua morte em abril de 2021.

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