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Rebeldes cercam residência de primeiro-ministro do Iêmen

Houthis lançam ofensiva sobre a capital Sanaa. Combates deixam ao menos nove mortos e dezenas de feridos. Cessar-fogo é alcançado e reunião de emergência, convocada

Soldados iemenitas bloqueiam ruas ao redor do palácio presidencial na capital Sanaa em 19 de janeiro de 2015
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A milícia xiita Houthi cercou na segunda-feira 19 a residência do primeiro-ministro do Iêmen, Khaled Bahah, e esteve muito perto do palácio presidencial após confrontos que permitiram aos rebeldes aumentar seu domínio sobre a capital, segundo a ministra da Informação, Nadia al-Sakkaf.

Os houthis, que desde o ano passado ampliam a sua influência no Iêmen, tomaram, em 21 de setembro, o controle de uma grande parte da capital do país, Sanaa. Nesta segunda, lançaram uma nova ofensiva sobre a cidade, que permaneceu debaixo de fogo por várias horas.

Os confrontos entre milicianos e militares causaram nove mortos e 67 feridos, incluindo civis, afirmou o Ministério da Saúde.

Ao fim do dia foi decretado um cessar-fogo. O fim dos combates foi confirmado por testemunhas, tendo um comitê de representantes do governo e da milícia ficado encarregado de fiscalizar o cumprimento da trégua.

Horas antes do cerco à residência do primeiro-ministro, a caravana de Bahah, que regressava de uma reunião com o presidente Abed Rabbuh Mansur Al-Hadi, foi alvo de disparos dos milicianos, mas o chefe de governo escapou ileso, afirmou Al-Sakkaf.

Nesta segunda, os combates ocorreram principalmente ao sul da capital, não muito longe do palácio presidencial. Contudo, Al-Hadi não foi diretamente ameaçado, uma vez que não se encontrava no edifício, que raramente frequenta.

Os milicianos bombardearam um acampamento da guarda presidencial, ao sul do palácio, relataram testemunhas. Reforços de milicianos foram vistos em direção ao palácio presidencial, com dois carros blindados. A televisão nacional e a agência noticiosa oficial Saba caíram nas mãos dos rebeldes.

Nesta terça-feira deverá haver uma reunião entre todos os lados envolvidos no conflito, incluindo os houthis, para que se chegue a uma solução.

Os combates desta segunda-feira aconteceram dois dias depois do rapto, pelas milícias xiitas, do chefe do gabinete do presidente e um dos arquitetos do projeto da nova Constituição, Ahmed Awad bin Mubarak. As milícias xiitas são contra esse texto, que prevê um Iêmen federal, composto por seis regiões.

Os houthis querem mais direitos para a comunidade zaidita, uma ramificação do xiismo. Aliados do Irã na disputa com a Arábia Saudita por uma maior influência na região, eles fizeram ameaças se suas demandas por uma participação justa na nova Constituição não forem atendidas.

AS/lusa/ap

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