Razões para defender Zelensky são as mesmas para defender a Palestina, diz presidente da Colômbia na ONU

Gustavo Petro propôs a criação de duas conferências de paz pela ONU, uma para a questão ucraniana e outra para a palestina

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, na Assembleia Geral da ONU. Foto: Reprodução

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, propôs à Organização das Nações Unidas a criação de duas conferências de paz, uma para resolver o conflito da Ucrânia e outro para a questão da Palestina.

A sugestão foi apresentada em discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira 19.

O presidente também condenou invasões já ocorridas em anos anteriores, como ao Iraque, à Síria e à Líbia. Segundo ele, as conferências de paz para a Ucrânia e a Palestina não negariam a existência de outras guerras, mas seriam exemplos para demais regiões do planeta.

“Esqueceram-se de que, por petróleo, invadiram o Iraque, a Síria, a Líbia. Esqueceram-se de que as mesmas razões que se expressam para defender Zelensky são as mesmas razões com as que se deveria defender a Palestina”, disse.

Petro lamentou que não será possível cumprir os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas “sem a cessão de todas as guerras”. Afirmou ainda que “convém ao poder mundial” continuar guerras, reforçando comparações entre as questões ucraniana e palestina.

“Qual é a diferença entre a Ucrânia e a Palestina? Não será a hora de acabar com ambas as guerras, e outras, e aproveitar o pouco tempo para construir estradas para salvar a vida no planeta?”, questionou Petro.


O presidente da Colômbia apontou o crescimento do êxodo nas fronteiras e o aumento de refugiados como fatores de aprofundamento do que chamou de “policrise”, em referência ao termo usado no Fórum de Davos.

Segundo ele, a crise climática fica em segundo plano com a continuidade dos conflitos.

“Foi um ano em que os tempos da extinção avançaram sem titubeios”, declarou. “Todas essas crises são, na realidade, uma: a crise da vida. Parece que a liderança mundial tornou-se inimiga da vida.”

Petro foi o terceiro a discursar na Assembleia, após as aparições do Brasil e dos Estados Unidos.

A questão da Palestina também foi citada pelo presidente  Lula da Silva (PT). Primeiro a falar na tribuna da Assembleia Geral, Lula criticou a persistência de “antigas disputas não resolvidas”.

“É perturbador ver que persistem antigas disputas não resolvidas e que surgem ou ganham vigor novas ameaças. Bem o demonstra a dificuldade de garantir a criação de um Estado para o povo palestino”, declarou.

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