Mundo
Quem é Brendan Carr, nomeado por Trump para chefiar a Comissão Federal de Comunicações
O presidente eleito chamou o indicado de ‘guerreiro pela liberdade de expressão’


O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a nomeação de Brendan Carr, um crítico das chamadas “big techs“, pra chefiar a Comissão Federal de Comunicações (FCC), órgão análogo à Anatel nos Estados Unidos.
Ao anunciar a nomeação, Trump afirmou que Carr é “um guerreiro pela liberdade de expressão” que lutou contra “um ‘lawfare‘ regulatório que sufocou a liberdade dos americanos e atrapalhou nossa economia”.
“Ele vai acabar com os ataques regulatórios que paralisou o trabalho dos criadores de emprego e das mentes inovadoras dos Estados Unidos, e garantir que a FCC atue para a América rural”, complementou Trump em postagem em sua rede Truth Social.
Carr já ocupava cargos importantes na estrutura da FCC desde 2017, tendo sido indicado pelo próprio Trump em seu primeiro mandato. Nos últimos anos reforçou a parceria com Elon Musk, também anunciado recentemente para um cargo no primeiro escalão do governo Trump.
O indicado para chefiar a FCC é um dos autores do chamado “Projeto 2025“, uma espécie de plano de governo elaborado por representantes da extrema-direita. O texto é baseado em quatro pilares: a restauração da família, a abolição do Estado administrativo, a defesa da soberania nacional e a garantia “das nossas liberdades individuais dadas por Deus”.
Nesta segunda-feira, Carr usou um “meme” com imagem do presidente argentino Javier Milei para anunciar, via rede social X (antigo Twitter), que vai interromper o financiamento da agência para promoção da diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade (conhecidas nos Estados Unidos pela sigla “DEI”).
Apesar de o trabalho da FCC ser restrito a questões técnicas de rádio e televisão, além dos serviços de internet banda larga, ele promete tentar atuar em relação aos conteúdos publicados (ou, no entendimento da extrema-direita, “censurados”) pelas big techs.
“Precisamos desmontar o cartel de censura e restaurar os direitos de liberdade de expressão para os cidadãos americanos comuns”, escreveu, em outra postagem no X.
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