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Outro vazamento de documentos secretos confirma a fragilidade e as intrigas dos serviços de inteligência

Quinta série. Teixeira compartilhou papéis sobre o conflito na Ucrânia e outros documentos secretos para impressionar os amigos – Imagem: Anatolii Stepanov/AFP e Redes sociais
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Os Estados Unidos vivem, nos últimos tempos, um constante déjà vu. Aquela sensação de que o mesmo filme passou antes – e nesse caso passou mesmo. O vazamento de assuntos secretos não é novidade em um país onde a divulgação de lotes inteiros de documentos listados como sigilosos, ao longo do tempo, caíram nas mãos de jornais como The New York Times, The G­uardian ou Washington Post. O analista Daniel Ellsberg protagoniza um dos mais famosos casos, o Pentagon Papers, na década de 70 do século passado. ­Ellsberg fez escola. Vieram depois Edward Snowden, Chelsea Manning e Reality Winner. Os últimos casos descortinam, porém, a incompetência da segurança nacional, tão exaltada por Hollywood.

Há poucos meses, pilhas de documentos, vários classificados como ultrassecretos, foram encontrados nas residências do ex-presidente Donald Trump, do ex-vice-presidente Mike Pence, e do atual mandatário Joe Biden acomodados sem a menor parcimônia em caixas amontoadas pelo chão e armários de uma garagem. Mas o pior estava por vir. Em 6 de abril, o Departamento de Segurança descobriu que documentos altamente confidenciais do Pentágono foram amplamente compartilhados nas redes sociais. Qualquer usuário do Twitter ou do Telegram conseguiria ter acesso aos métodos utilizados pelos EUA para espionar não apenas inimigos, mas também aliados. Inevitavelmente, a autenticidade dos dados foi confirmada e a disseminação das informações que tratavam especialmente da atuação norte-americana na Ucrânia, Oriente Médio, Coreia do Sul, Israel e China abalou a credibilidade nas autoridades competentes, além de comprometer sensivelmente a segurança das fontes. Alguns dos documentos revelavam até que ponto os EUA penetraram no Ministério da Defesa russo e como as comunicações foram interceptadas, muitas vezes com o apoio de fontes humanas. Segundo o New York Times, após os vazamentos, a Ucrânia viu-se obrigada a alterar alguns de seus planos militares.

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