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Quase 300 escritores, incluindo dois prêmios Nobel, denunciam genocídio em Gaza

Os ataques de Israel já mataram mais de 50 mil pessoas no enclave palestino

Quase 300 escritores, incluindo dois prêmios Nobel, denunciam genocídio em Gaza
Quase 300 escritores, incluindo dois prêmios Nobel, denunciam genocídio em Gaza
Gaza segue sob ataques de Israel. Foto: Omar AL-QATTAA / AFP
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Quase 300 escritores francófonos, incluindo dois vencedores do prêmio Nobel de Literatura – Annie Ernaux e Jean Marie Gustave Le Clézio -, denunciam em um artigo publicado nesta terça-feira 27 o genocídio da população em Gaza e exigem um cessar-fogo imediato.

“Assim como foi urgente qualificar os crimes cometidos contra civis em 7 de outubro de 2023 como crimes de guerra e contra a humanidade, hoje é necessário nomear o ‘genocídio'”, afirma o artigo publicado pelo jornal francês Libération.

“Mais do que nunca, exijamos que se imponham sanções ao Estado de Israel, exijamos um cessar-fogo imediato que garanta segurança e justiça para os palestinos, a libertação dos reféns israelenses, a dos milhares de prisioneiros palestinos detidos arbitrariamente em prisões israelenses, e o fim, sem demora, deste genocídio”, acrescenta o texto.

Entre os signatários estão autores recentemente laureados com o Prêmio Goncourt, como Hervé Le Tellier, Jérôme Ferrari, Laurent Gaudé, Brigitte Giraud, Leïla Slimani, Lydie Salvayre, Mohamed Mbougar Sarr, Nicolas Mathieu e Éric Vuillard.

Em resposta ao ataque sem precedentes executado em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel por comandos do Hamas infiltrados a partir da Faixa de Gaza, o Exército israelense efetua há mais de 19 meses uma ofensiva no território palestino sitiado, devastado e tomado pela fome.

Desde 17 de maio, Israel intensificou a ofensiva com o objetivo de libertar os últimos reféns israelenses, tomar o controle total de Gaza e aniquilar o Hamas, movimento islamista no poder de Gaza desde 2007.

O termo “genocídio”, rejeitado com veemência por Israel, divide os observadores da guerra. As acusações se multiplicam, procedentes da ONU, de grupos de defesa dos direitos humanos e de um número crescente de países.

A qualificação “não é um slogan”, consideram os signatários do artigo, que rejeitam “mostrar uma empatia generalizada e sem direção, sem qualificar este horror nem precisar do que se trata”.

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