Putin quer ‘destruir o direito da Ucrânia de existir’, denuncia Biden na ONU

O presidente dos EUA acusou o líder russo de tentar 'aniquilar um Estado soberano'

O presidente dos EUA, Joe Biden, na ONU. Foto: Anna Moneymaker/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP

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Em seu esperado discurso do pódio da ONU, nesta quarta-feira 21, Joe Biden não perdeu tempo. O presidente dos Estados Unidos acusou diretamente a Rússia de ter “violado flagrantemente” os princípios fundadores das Nações Unidas ao atacar a Ucrânia. “Uma guerra brutal e desnecessária”, disse ele. Para o chefe da Casa Branca, Vladimir Putin quer “aniquilar o direito da Ucrânia de existir”.

“Um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU invadiu seu vizinho e procurou aniquilar um Estado soberano”, sublinhou o norte-americano.

O presidente francês, Emmanuel Macron, que acusou a Rússia de ser responsável por um “retorno do imperialismo e do colonialismo”, apelou à comunidade internacional para “exercer a máxima pressão” sobre Putin.

À medida que os países do Sul ficam cada vez mais irritados com o foco do Ocidente na Ucrânia, apesar das múltiplas crises que a humanidade enfrenta ao redor do mundo, o presidente dos Estados Unidos dedicou boa parte de seu discurso aos países em desenvolvimento.

 Irã, direitos humanos e energia nuclear

O discurso do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no final desta quarta-feira, também era muito esperado, embora ele não esteja em Nova York e tenha recebido permissão excepcional dos Estados-membros da ONU para falar por meio de mensagem de vídeo.

A Ucrânia também será objeto de uma reunião do Conselho de Segurança na quinta-feira 22 entre os ministros das Relações Exteriores – portanto, em teoria na presença de Serguei Lavrov, que chefia a delegação russa na ONU.


A questão nuclear iraniana e os protestos crescentes no Irã após a morte de uma jovem detida pela polícia também conseguiram chegar ao primeiro plano do cenário internacional.

“Os líderes iranianos devem notar que a população está insatisfeita com a direção que tomaram. Eles podem tomar um caminho diferente”, disse o chefe da diplomacia britânica, James Cleverly.

O presidente iraniano, Ebrahim Raissi, se defendeu em um discurso de mais de 30 minutos, acusando o Ocidente de ter “dois pesos e duas medidas” em relação aos direitos das mulheres.

Ele também garantiu que seu país “não busca construir ou obter armas nucleares” e duvidou da sinceridade do governo dos Estados Unidos em reavivar o acordo de 2015 que deveria garantir que a República Islâmica não pudesse adquirir armas atômicas, em troca do levantamento das sanções à sua economia.

“Não permitiremos que o Irã adquira armas nucleares”, respondeu Joe Biden, dizendo que “uma guerra nuclear não pode ser ganha e não deve ser combatida”.

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