Mundo
Putin diz que Rússia está ‘pronta’ para guerra com a Europa
Presidente russo acusou potências do Ocidente de tentarem sabotar plano de paz que daria fim ao conflito na Ucrânia
O presidente russo, Vladimir Putin, criticou as potências ocidentais e disse que, se os países europeus quiserem guerra, a Rússia “está pronta”.
A declaração ocorreu nesta terça-feira 2, em Moscou, antes de um encontro de Putin com uma delegação enviada pelo presidente americano, Donald Trump, para tratar de um plano de paz para a guerra na Ucrânia.
O mandatário russo acusou os países europeus que estão do lado dos ucranianos a sabotar os esforços do governo dos Estados Unidos para colocar um fim ao conflito, que está próximo de completar quatro anos.
“[Os países europeus] não têm uma agenda de paz, eles estão do lado da guerra”, disse Putin, que alegou que as nações europeias têm incluído, nas propostas de cessar-fogo, “exigências que são absolutamente inaceitáveis à Rússia”.
Segundo ele, esses países inviabilizam todo o processo de paz, ao mesmo tempo em que colocam a culpa em Moscou pela continuidade do conflito.
“Esse é o objetivo deles”, continuou Putin, que reiterou que a Rússia não tem planos de atacar a Europa. “Mas, se a Europa quiser uma guerra, estamos prontos a partir de agora. Não há dúvidas disso”, completou o presidente russo.
Reunião com os EUA
Ainda nesta terça, Putin se reuniu com uma delegação enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar de um plano de paz para o conflito na Ucrânia. Participaram das conversas em Moscou, pelo lado dos americanos, o enviado especial Steve Witkoff e o genro de Trump, Jared Kushner.
De acordo Yuri Ushakov, assessor do Kremlin para assuntos de política externa, não houve nenhum acordo para a paz na Ucrânia e um eventual cessar-fogo “não está nem próximo nem longe demais”.
Segundo Ushakov, os dois lados não conseguiram entrar em entendimento sobre um dos pontos mais sensíveis das tratativas: as disputas territoriais.
Ele acrescentou que as conversas com os americanos foram “construtivas”, mas ressaltou que ainda há discordâncias entre os dois países em relação ao conflito na Ucrânia.
(ap, reuters, ots)
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