Putin condena “golpe de Estado” na Ucrânia

Presidente da Rússia disse que apenas "forças locais de autodefesa" estão na Crimeia, mas ressaltou que o recurso às Forças Armadas russas seria legítimo

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Apesar de ter declarado que o uso da força militar será o último recurso utilizado na Ucrânia e negar que forças russas estejam cercado bases militares na Crimeia, o presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira 4 que a Rússia tem o direito de recorrer “a todos os meios” para proteger os cidadãos da região.

Em Moscou, o líder russo garantiu que apenas “forças locais de autodefesa” estão na Crimeia, mas ressaltou que o recurso às Forças Armadas russas na Ucrânia seria legítimo. “Contamos com um pedido do presidente legítimo”, afirmou Putin, referindo-se ao presidente destituído Viktor Yanukovytch. “No que se refere ao envio de tropas, isso não é necessário no momento, mas a possibilidade existe.”

Putin classificou como “um golpe de Estado” a destituição de Yanukovytch e denunciou o que chamou de “tomada de poder pelas armas” na Ucrânia. “Só pode haver uma avaliação sobre o ocorrido em Kiev e na Ucrânia: é um golpe de Estado anticonstitucional, uma tomada de poder pelas armas”, estimou Putin em suas primeiras declarações públicas desde a destituição de Yanukovytch.

A Crimeia continua sendo um foco de tensão da crise entre o novo governo pró-União Europeia da Ucrânia e Moscou. Desde o último fim de semana, bases militares ucranianas na península no Mar Negro estão cercadas por homens armados em uniformes russos sem insígnias. Moscou, por sua vez, detém o controle militar “de facto” da península no Mar Negro. Antiga parte do Império Russo e, depois, da União Soviética, a península é hoje república autônoma da Ucrânia. A maioria da sua população, no entanto, é de origem russa e tem preferência por uma aproximação a Moscou.

Negociações. Ainda nesta terça-feira, o governo dos Estados Unidos suspendeu as negociações para estreitar os laços comerciais com a Rússia. A medida foi anunciada horas depois de a Casa Branca ter interrompido também a cooperação militar com o Kremlin, na tentativa de pressionar Moscou a retirar suas tropas da Crimeia.

A União Europeia, por sua vez, ameaçou a Rússia com sanções concretas caso o país não colabore para uma distensão do conflito com a Ucrânia. Já está sendo cogitada a suspensão das negociações sobre a facilitação de vistos para cidadãos russos, assim como acordos de cooperação.


*Com informações da AFP

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