Mundo
Putin ameaça retomar produção de mísseis de médio alcance
Presidente russo disse que produção poderá ser retomada cada EUA instale mísseis na Europa
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que poderá retomar a produção de armas nucleares de alcance médio. A retomada aconteceria no caso dos Estados Unidos instalarem mísseis na Europa.
A ameaça foi feita em um evento naval em São Petersburgo, terra natal de Putin, neste domingo 28.
“Se os Estados Unidos implementarem estes planos, nos consideraremos liberados da moratória unilateral adotada anteriormente sobre capacidades de ataque de médio e curto alcance”, afirmou.
Rússia e Estados Unidos firmaram, ainda nos anos 1980 – durante o período da Guerra Fria -, um tratado que proibia a produção de mísseis de médio alcance. O tratado, assinado pelos presidentes Ronald Reagan (EUA) e Mikhail Gorbachev (URSS) proibiu, também, que mísseis terrestres fossem instalados na Europa.
Entretanto, na década passada, os EUA passaram a acusar a Rússia de estar violando o tratado e, ainda em 2018, durante o governo Donald Trump, o país norte-americano manifestou a intenção de romper o acordo. Com o aprofundamento das tensões, o tratado foi suspenso em 2019.
No discurso de hoje, avançando nas ameaças, Putin disse que “o desenvolvimento de diversos sistemas desse tipo” estaria na “fase final” na Rússia.
“Adotaremos contramedidas para implantá-los, levando em consideração as ações dos Estados Unidos e de seus satélites na Europa e em outras regiões do mundo”, disse Putin. Mísseis dessa natureza podem ter um alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.