Mundo

Putin ameaça retaliar se EUA instalarem mísseis na Europa

Em seu discurso sobre o estado da nação, presidente russo faz ataques a Washington

Putin discursa em Moscou (Foto: AFP)
Apoie Siga-nos no

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou nesta quarta-feira 20 que seu país responderá a um possível envio de mísseis norte-americanos à Europa, fazendo com que não apenas os países que receberem esses armamentos se tornem alvos, mas também os Estados Unidos.

Em seu discurso anual sobre o estado da nação em Moscou, Putin elevou o tom ao comentar uma nova e potencial corrida armamentista. Ele afirmou que a reação russa a um possível envio seria rigorosa e que as autoridades em Washington – algumas das quais estariam obcecadas com o “excepcionalismo” americano – deveriam calcular os riscos antes de tomar qualquer medida.

“É o direito deles de pensar da forma que quiserem. Mas eles sabem fazer cálculos? Tenho certeza que sabem. Deixemos que eles calculem a velocidade e o alcance das armas que estamos desenvolvendo”, afirmou ele, sob aplausos da plateia, formada pela elite política do país.

“A Rússia será forçada a criar e desenvolver tipos de armamentos que podem ser utilizados não apenas nos territórios de onde se originariam as ameaças diretas, mas também nos territórios onde os centros de tomada de decisão estão localizados”, declarou Putin, em seu comentário mais incisivo sobre a questão até agora.

Leia também: Após EUA, a Rússia deixa tratado nuclear assinado na Guerra Fria

O presidente, porém, ressaltou que seu país quer evitar o confronto e que não tomará o primeiro passo para iniciar a movimentação de mísseis na região. A declaração veio em resposta à decisão do presidente americano, Donald Trump, de retirar seu país do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF).

Washington alegou violações russas ao se retirar do pacto de 1987, que proíbe os signatários de instalar mísseis de alcance intermediário e curto na Europa. A decisão gerou temores de uma nova corrida armamentista nos moldes da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a Rússia.

Moscou reagiu, negando quaisquer violações e suspendendo suas próprias obrigações com o INF. Putin, porém, negou que seu país vise a instalação de novos mísseis na Europa, a não ser que Washington adote a mesma medida.

Leia também: “Brasil é mistura da Rússia com Turquia e Filipinas”, diz sociólogo

Em seu discurso nesta quarta-feira, ele reiterou que a Rússia está pronta para prosseguir com o desenvolvimento de novos sistemas de mísseis e outros armamentos, como forma de se preparar para qualquer eventualidade. “Sabemos como fazê-lo e colocaremos esses planos em prática assim que ameaças equivalentes contra nós se tornarem realidade”, destacou.

Ele argumentou que mísseis americanos instalados na Europa reduziriam o tempo necessário para alcançar o território russo, o que ele considera uma ameaça direta. O presidente alertou ainda que os EUA devem “abandonar suas ilusões” de atingir uma “supremacia militar absoluta”.

“Estamos abertos a negociações sobre o desarmamento, mas não iremos bater em portas fechadas”, disse Putin. “Vamos esperar até que nossos parceiros amadureçam.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo